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Construtora Jotanunes aposta em solução criada por alunos de TI e abre portas para estágio

Plataforma desenvolvida na disciplina Residência em Software III deve ser testada na prática, com possibilidade de contratação dos estudantes para implantação

às 21h45
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Em um cenário cada vez mais competitivo e dinâmico, a vivência prática durante a graduação tem se tornado um diferencial essencial na formação de profissionais mais preparados e seguros para o mercado de trabalho. Estágios, projetos reais e parcerias com empresas não apenas complementam a teoria vista em sala de aula, mas também desenvolvem competências interpessoais e técnicas fundamentais para a empregabilidade. 

É com esse olhar que a Universidade Tiradentes (Unit) aposta em metodologias ativas que colocam os alunos em contato direto com o mercado já durante o curso. Um exemplo dessa abordagem é a disciplina Residência em Software III dos cursos de Tecnologia da Informação (TI), em parceria com o Porto Digital. A proposta da disciplina é simples: transformar a sala de aula em ambiente de inovação, onde estudantes assumem o papel de profissionais e desenvolvem soluções para desafios reais apresentados por empresas parceiras.

Neste semestre, a Jotanunes Construtora foi uma das empresas parceiras do projeto. Além de propor um desafio prático, a empresa participou ativamente de todo o processo, com materiais presenciais e apoio técnico ao longo do semestre. Segundo o coordenador dos cursos de TI da Unit, Ricardo Azevedo Porto, essa proximidade é um ponto-chave do sucesso do modelo. “Essa experiência melhora a empregabilidade e a adaptação ao mercado, criando um ciclo onde empresas se beneficiam da inovação dos alunos e estes ganham experiência prática”, destaca Ricardo.

Preparando profissionais

Divididos em squads, os estudantes atuaram como times de desenvolvimento, utilizando metodologias ágeis e ferramentas modernas para entregar soluções funcionais e aplicáveis. Ao final da disciplina, dois grupos foram selecionados para apresentar suas propostas à Jotanunes e a empresas da área de desenvolvimento de software. “O desempenho foi excelente. Os alunos demonstraram crescimento técnico e comportamental, com entregas criativas e bem estruturadas que atenderam às demandas das empresas. Mostraram engajamento, adaptação e evolução ao longo do tempo, mesmo diante de dificuldades”, ressalta Ricardo.

Um dos projetos escolhidos foi o do squad 16, que desenvolveu a plataforma Integra Jota, voltada para capacitação interna dos colaboradores da construtora. “Temos uma obrigação técnica, ligada ao nosso sistema de gestão da qualidade, que envolve a organização e controle dos treinamentos internos. A ideia era usar a inovação e a tecnologia para estruturar e melhorar a experiência. O que vimos no Demoday foi exatamente isso: propostas que iam desde uso de vídeos integrados à jornada de capacitação, até aplicação de IA para criação automática de quizzes, entre outras soluções bem interessantes”, explica Everton Teixeira, diretor administrativo da Jotanunes.

Como reconhecimento, os estudantes foram convidados a participar de um processo seletivo para estágio remunerado na empresa. Alguns deles serão contratados para aplicar, na prática, as soluções que ajudaram a construir. “Estamos agora numa fase de discussão interna para validar se o projeto se encaixa nos nossos fluxos, e o plano é evoluir com uma fase dois, que pode durar mais três ou quatro meses, com foco em desenvolvimento e implantação real da solução. A ideia é que os alunos destes squads vencedores tenham preferência para participar desta fase, tanto vivenciando a implantação de um projeto na prática quanto nos ajudando como empresa a evoluir. Inclusive, se tudo der certo, este projeto poderá ter alguma forma de remuneração, valorizando ainda mais o esforço dos estudantes”, projeta Everton.

Vivência prática e crescimento profissional

Gabriel Douglas Santos Melo, estudante de Análise e Desenvolvimento de Sistemas e Product Owner do grupo, destaca como a vivência o preparou para os desafios do ambiente corporativo. “A disciplina de residência simula muito bem um ambiente corporativo real, com prazos, demandas de clientes e trabalho em equipe multidisciplinar. Aprendi a lidar com imprevistos, a ouvir diferentes pontos de vista e a construir soluções com foco no resultado. Tudo isso me deixou mais seguro e confiante para ingressar no mercado de tecnologia preparado para um trabalho em equipe, e ciente do meu papel dentro de um time”, compartilha.

 Ele enfatiza a importância da dinâmica de equipe. “A dinâmica foi construída com base no diálogo constante. Funcionou muito bem quando definimos como seria nossa rotina de entregas semanais, onde alinhamos o que estava sendo feito, avaliamos os obstáculos e reorganizamos as prioridades. No início, tivemos que ajustar a comunicação e o pensar alto do grupo, onde visamos entregar muitas funcionalidades, e esquecemos um pouco o essencial, nem sempre tudo estava claro para todos. Mas com o tempo, melhoramos esse fluxo, aumentando a confiança entre os membros e fortalecendo a cooperação”, relembra Gabriel.

Cyl Farney, também de Análise e Desenvolvimento de Sistemas, explica as tecnologias utilizadas e destaca o impacto pessoal do processo. “Utilizamos Next.js para o front-end, Tailwind CSS no estilo visual e Python com FastAPI no back-end. Essas ferramentas foram escolhidas pela performance, escalabilidade, agilidade no desenvolvimento e pela integração eficiente entre as camadas da aplicação. O maior aprendizado foi a vivência prática em um projeto real, que uniu tecnologia e propósito, além do desenvolvimento técnico com foco em impacto e colaboração. Essa experiência ampliou minha visão sobre o mercado de trabalho, ao mostrar como a tecnologia pode ser aplicada de forma prática e transformadora dentro das empresas, reforçando a importância de aliar conhecimento técnico, trabalho em equipe e propósito para gerar valor real”, afirma.

O papel fundamental da mentoria

O Porto Digital, polo de inovação parceiro da Unit no projeto, também teve papel essencial na iniciativa. O mentor da residência, Marcos Barbosa Guimarães, acompanhou de perto a evolução dos estudantes e destacou o amadurecimento técnico e emocional ao longo do processo.  “Eles sentiram na pele a importância da validação com o usuário e do trabalho em equipe. Como a empresa sempre estava presente nas mentorias, para cada reunião eles passaram a tomar decisões mais conscientes, organizar melhor as tarefas e se comunicar de forma mais clara entre si. Além das habilidades técnicas que evoluíram graças ao desafio real da empresa”, pontua.

Para ele, a residência é uma ponte sólida entre o universo acadêmico e o mercado de trabalho, e deve ser cada vez mais adotada pelas instituições de ensino. “Para os alunos, é uma oportunidade de aplicar o que aprendem na universidade em um ambiente real, estipulando prazos e expectativas de entregas, desta forma, se tornam mais maduros e preparados para o mercado de trabalho não só nas habilidades técnicas, mas também no emocional. O Porto Digital teve um papel essencial, conectando a universidade, empresa e mentor. Além disso, ofereceu suporte estrutural e metodológico, fundamental para garantir que os estudantes tivessem uma experiência prática alinhada às demandas reais do mercado”, completa Marcos Barbosa.

Além disso, a disciplina de residência tem se mostrado um modelo eficaz de ensino e aprendizagem, com resultados concretos para os alunos e impactos reais para as empresas. Para o coordenador Ricardo Azevedo, iniciativas como essa fazem parte de um esforço maior da Unit em preparar seus estudantes para o mundo profissional desde os primeiros semestres. “Buscamos oferecer experiências significativas, que motivem o aluno a ser protagonista do seu aprendizado. A parceria com o Porto Digital e com empresas como a Jotanunes reforça esse compromisso”, conclui.

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