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COVID-19: detalhes científicos sobre a doença e perspectiva de tratamento e prevenção

Diante da pandemia e do enfrentamento pelo mundo a COVID-19, doença que é causada pelo vírus SARS Cov-2, diversos estudos e áreas da ciência encontram-se envolvidas (imunologia, virologia, genômica comparativa), afim de elucidar quais métodos de diagnóstico estão sendo desenvolvidos, quais as citocinas induzidas pela doença, quais são os receptores e células infectadas pelo vírus, e finalmente, entender o que ele tem de tão diferente de outros vírus respiratórios.

às 14h09
Aline Cristina Santos Reis e Renata Rego de Souza Poderoso, professora preceptora e Aline Cristina Santos Reis, Coordenadora Técnica do Unitlab
Aline Cristina Santos Reis e Renata Rego de Souza Poderoso, professora preceptora e Aline Cristina Santos Reis, Coordenadora Técnica do Unitlab
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COVID-19 é uma doença causada pelo vírus Sars-CoV-2 que pertence à família Coronaviridae, uma família de vírus muito antiga que causa doenças respiratórias. Os vírus dessa família são compostos por RNA, cujas chances de mutações são muito grandes.

“É uma doença muito nova, e todos os dias são lançadas novas informações acerca desse novo vírus, cuja doença já é vista hoje em dia pelos cientistas como uma patologia hematológica que causa manifestações respiratórias”, pondera a coordenadora técnica do Unitlab, Aline Cristina Santos Reis.

Na opinião da professora preceptora Renata Rego de Souza Poderoso, um dos principais agravamentos nos pacientes é a falta de ar. “No início, as pessoas achavam que o paciente tinha deficiência de oxigênio, quando, na verdade, não é uma deficiência de fornecimento de oxigênio, e sim um problema no transporte do oxigênio no corpo causando no paciente diversas manifestações, como coagulações, trombo em vasos sanguíneos, e tudo isso impede que esse oxigênio que o paciente tem com o fornecimento bom seja transportado de forma eficaz para todo o corpo.”

Em relação à resposta imunológica do organismo, sabe-se pouco sobre esse vírus, já que ainda é muito novo. Estudos apontam que mecanismos inatos de reconhecimentos como Toll-Like Receptor 3 (TLR 3) e Retinoic Acid-Inducible Gene (RIG-I) devem ser relevantes na resposta imune contra a COVID-19. Os indivíduos que desenvolvem a doença na forma mais grave, produzem quantidades mais elevadas de citocinas inflamatórias do que aqueles que desenvolvem a forma mais leve. Além disso, na forma agravada, também são produzidas Interleucinas IL-10, o que sugere que além do envolvimento de citocinas do padrão TH-1, também ocorre envolvimento do padrão TH-2. Isto aponta um dos motivos pelo qual a doença é mais grave em indivíduos imunocomprometidos, já que não respondem bem à infecção para produção adequada de citocinas.

O genoma do Sars-CoV-2 foi sequenciado logo após a epidemiologia ocorrida na China. As sequências foram rapidamente disponibilizadas para as comunidades científicas, o que permitiu diferentes grupos elaborarem ensaios para detecção do vírus por diversas metodologias. Atualmente, pelo menos oito tipos de testes rápidos estão aprovados pela Anvisa, além da pesquisa por meio de PCR. Portanto, a partir de agora, o Brasil já dispõe de uma gama de tecnologias para detecção da COVID-19. Estes kits rápidos são a única forma de testar em massa a população, a fim de garantir um isolamento mais eficiente dos contaminados.
Mas, além de detectar os contaminados, é preciso falar sobre como estão sendo tratados os doentes. A maioria dos indivíduos não desenvolve a forma grave da doença, pois o próprio organismo, por meio dos mecanismos de defesa do sistema imunológico, se encarrega de eliminar o vírus sem necessidade de intervenção hospitalar e medicamentosa.  

No entanto, os grupos de riscos, como idosos, pessoas com doenças crônicas (diabetes, hipertensão, asma, câncer, entre outros) têm grande potencial de desenvolver a forma grave, devido à deficiência imunológica do organismo. Neste sentido, existe um coquetel antiviral com uma associação de hidroxicloroquina e azitromicina, que, apesar de estar em fase experimental em humanos, já revela resultados 100% satisfatórios em relação à cura de pacientes graves. Este coquetel já está sendo utilizado no Brasil, e o governo federal acaba de autorizar o protocolo para o uso do medicamento.

“Os cientistas que estão buscando informações acerca da doença falam que o momento melhor para iniciar o tratamento com a hidroxicloroquina é nos sintomas iniciais, ou seja, antes de o paciente estar realmente muito agravado, porque é nesse momento que é possível impedir que o corpo absorva toda a inflamação que é causada pela tempestade de  citocina”, salienta Aline Cristina.

Ela acrescenta que a associação da hidroxicloroquina com a azitromicina evita possíveis manifestações secundárias causadas por bactérias, a exemplo da própria pneumonia bacteriana. “A azitromicina por ser um antibiótico, atua mais no combate às doenças secundárias causadas por bactérias.”

Perspectivas de solução para o combate à doença


O novo coronavírus revolucionou o mundo, e toda a comunidade científica trabalha nisso. Testes rápidos de detecção já estão disponíveis, bem como tratamentos com boa resposta terapêutica. Mas como proteger a população de uma nova epidemia por este vírus que se dissemina tão rapidamente?
Também já estão sendo produzidas vacinas em tempo recorde!!!
Pelo menos seis grandes empresas de vacinas (INOVIO, MODERNA, BARDA, SANOFI), além de universidades e centros de pesquisa nacionais e internacionais, já estão trabalhando no desenvolvimento de vacinas utilizando fragmentos de DNA ou mRNA do vírus.
Existem diversos tipos de vacinas:
1- As que utilizam proteínas do vírus;
2- As que utilizam vírus atenuados;
3- As que utilizam fragmentos de DNA ou mRNA.
As vacinas de que utilizam proteínas do vírus precisam levar alguns pontos em consideração, como:
– Quais proteínas do vírus utilizar? Estas proteínas precisam ser específicas deste vírus.
– As proteínas precisam ser imunogênicas, ou seja, nosso sistema imunológico precisa reconhecê-las (não pode passar despercebido pelo organismo) para produzir anticorpos e ser capaz de se defender de uma infecção subsequente.
– É preciso avaliar a viabilidade da produção em alta escala.
Já as vacinas de vírus atenuados, ou seja, com um pouco de replicação viral, são altamente imunogênicas, porém são mais reatogênicas e podem ter muitos efeitos colaterais. São vacinas que necessitam de mais tempo antes de serem testadas em humanos, e quando falamos de um vírus totalmente novo, e ainda em estudo, é inviável uma produção e liberação deste de tipo de vacina de forma urgente.
Portanto, neste momento, as vacinas estão sendo produzidas baseadas em DNA ou mRNA, em que você faz seu próprio corpo produzir as proteínas virais e posterior anticorpos de defesa.
Neste tipo de vacina, são introduzidos pedaços do vírus codificados em DNA ou mRNA, injetados, por exemplo, por via intramuscular, com a execução de choquinhos  no local para que o DNA ou os ácidos nucleicos entrem na célula, e, então, o seu próprio corpo produz as proteínas virais.
É fato que toda a comunidade científica com os órgãos oficiais da saúde (OMS, ANVISA, FDA, Ministério da Saúde) e o governo estão empenhados para solucionar e controlar a pandemia pela COVID-19.
Para que este trabalho seja feito de forma eficaz, sem que haja colapso do sistema de saúde, é preciso cumprir fielmente o papel de distanciamento social e praticar as etiquetas respiratórias e de higiene.

Sobre a prevenção da doença

As perguntas do momento são: teremos vacina e tratamento preconizado?

Para as biomédicas Aline Cristina Santos Reis e Renata Rego de Souza Poderoso, a resposta é sim! Todavia, enquanto isso ainda não se tornou uma realidade palpável, é necessário que cada indivíduo contribua da forma como puder, respeitando todos os protocolos amplamente divulgados pelos meios de comunicação.


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