Com a construção iniciada em 1924, o Cristo Redentor de São Cristóvão, localizado na colina de São Gonçalo, foi inaugurado dois anos depois, em janeiro de 1926. Com 95 anos de existência, o monumento é considerado a primeira escultura com a imagem de Cristo em todo o país.
“Para alguns, esse monumento cultural é um lugar de prece e oração, para outros, um lugar de história e memória. A data de sua inauguração torna o Cristo de São Cristóvão o mais antigo do país, tendo sido construído antes mesmo do monumento localizado no Rio de Janeiro, que é datado 12 de outubro de 1931”, comenta Adailton Andrade, historiador e membro do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe e do Movimento Cultural Antônio Garcia Filho, da Academia Sergipana de Letras.
“A escultura foi encomendada pelo então presidente de Sergipe, Dr. Maurício Graccho Cardoso, ao arquiteto italiano Belando Bellandi. Sua constituição é em concreto armado, com 16 metros de altura e 1,4 metros em cada braço”, acrescenta o historiador. Adailton também faz parte da Academia Sancristovense de Letras e Artes e é diretor do Arquivo Público Municipal de São Cristóvão.
Já em 1971, na gestão do prefeito Paulo Correia, foram realizadas melhorias na estrutura visando o desenvolvimento do turismo local. “O monumento ainda não tem um reconhecimento de patrimônio nacional, mas já se tornou patrimônio cultural estadual. A Alese aprovou um Projeto de Lei que transformou o Cristo Redentor de São Cristóvão em patrimônio cultural e histórico de Sergipe”, destaca.
“Sabemos muito bem a importância histórica para a cidade, é um monumento que enche de orgulho ao povo sancristovense. Agora com sua revitalização e adequação, será transformado em mais um espaço de lazer, memória e devoção. É esse o sentimento e objetivo de preservar a história e a memória do lugar. O monumento voltará a ser um lugar de cultura e devoção dos moradores da cidade mãe de Sergipe e voltará a ser mais um belo cartão postal da cidade”, enfatiza.
Para o historiador, turismólogo e professor da Universidade Tiradentes, Ivan Rêgo Aragão, o monumento traz uma importância cultural para o Estado de Sergipe. “A estátua que se encontra na colina São Gonçalo, antes da entrada da cidade de quem vem pela rodovia João Bebe Água, já foi espaço de lazer de diversas famílias que permaneciam no seu entorno, bem como ponto turístico obrigatório da cidade histórica. Além disso, no passado, já foi lugar de festas populares, excursões escolares e de missas campais”, afirma o professor do curso de graduação em Pedagogia e de pós-graduação em Ensino de História do Brasil, ambos da Unit.
“A relevância do Cristo Redentor como lugar de memória, de afetos e como local de referência cultural se dá pelo fato da estátua e seu entorno já ter servido como espaço para quem escolhia São Cristóvão como destino. Quem chegava para visitar a cidade se deparava com o mais antigo Cristo Redentor do Brasil”, complementa.
De acordo com o docente, o monumento é um local de referência cultural-religiosa para a comunidade residente. “O lugar foi cenário para manifestações da cultura popular como o grupo das Caceteiras que iam até a imagem para saudar a chegada do mês junino e de ritos religiosos do catolicismo, onde desde a sua inauguração a igreja organizava caminhadas e missas campais perante a imagem”, finaliza.
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