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Curso superior na maturidade: uma realidade cada vez mais presente

De acordo com o Censo da Educação Superior, 732 mil alunos tem 40 anos ou mais. Reflexo desse número é a receptividade do Mercado de trabalho que tem dado cada vez mais espaço a esse público

às 19h32
Gladston Santana (Foto: Arquivo pessoal)
Gladston Santana (Foto: Arquivo pessoal)
Lucineide Nascimento entre os colegas de curso (Foto: arquivo pessoal)
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Por Raquel Passos e Lucas Danrley

É crescente o número de pessoas que decidem ingressar num curso de ensino superior após os 40 anos. Pessoas que, por diversos motivos, não tiveram a oportunidade de sair do ensino médio direto para a graduação ou mesmo que desejam ampliar sua área de conhecimento e buscar um segundo diploma já ocupam quase 10% das vagas na universidades do Brasil. 

Segundo o Censo da Educação Superior do Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), dos 8 milhões de estudantes universitários do Brasil, cerca de 732 mil têm 40 anos ou mais, sendo que aproximadamente  603 mil destes estão matriculados em instituições de ensino superior particulares.

Como é o caso de Lucineide Nascimento. Aos 57 anos, uma década após concluir sua primeira graduação em Eventos e Turismo pela Universidade Tiradentes, ela resolveu embarcar mais uma vez em um curso superior. Dessa vez, recebeu o incentivo dos filhos que atuam na área da saúde e Lucineide escolheu a Nutrição para galgar novos rumos em sua vida. 

Hoje, aos 60, ela percebe que todo esforço valeu a pena. “Agora, na reta final do curso, eu vejo que toda dedicação aos estudos me fizeram atingir as metas que tracei. Logo estarei formada e pretendo iniciar uma equipe multidisciplinar com meus filhos na área da saúde”, conta estudante do 7º período do curso de Nutrição da Unit, Lucineide Nascimento. 

Segundo o IBGE, quem possui um diploma de nível superior pode alcançar uma remuneração 219% superior a um cargo de nível médio. Além deste fator econômico, a graduação no ensino superior é sinônimo de realização pessoal e profissional para pessoas que como Gladston Santana, sonhava em cursar uma universidade, mas só aos 41 anos, conseguiu êxito.

“Sempre tive vontade de ter um nível superior, mas quando era jovem tive que escolher entre trabalhar e estudar. O que me motivou a dar início no meu sonho foi a falta de reconhecimento no meu trabalho. Usei isso para me impulsionar a procurar melhorias”, relata o futuro nutricionista Gladston Santana.

Maturidade

A presença de alunos maduros na sala de aula reflete em uma ampla troca de conhecimentos e habilidades, como relata o coordenador do curso de Nutrição da Unit, professor Hugo Xavier. “Vejo essa mescla na faixa etária com bastante alegria e satisfação! Primeiro pela coragem dessas pessoas em buscar uma nova colocação no mercado de trabalho, e segundo que a presença deles em sala de aula, no convívio com os mais jovens, traz exemplo de persistência, experiência e segurança”. 

E para quem acha que o mercado de trabalho não está receptivo ao profissional maduro, a coordenadora do Unit Carreiras, Maria Luísa Teodoro, garante o contrário.

“O mercado entende que estas são pessoas mais experientes e, com isso, carregam uma maior bagagem, além da maturidade para exercer suas funções. O graduando maduro que busca se atualizar em relação às novas tecnologias, por exemplo, consegue grandes êxitos”, explica a coordenadora.

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