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Dezembrite: uma síndrome que faz mal para a saúde física e mental

O aumento da ansiedade no fim do ano pode piorar doenças crônicas

às 14h19
psicóloga Jamile Santana Teles, Doutora em Saúde e Ambiente e professora adjunta da Unit
psicóloga Jamile Santana Teles, Doutora em Saúde e Ambiente e professora adjunta da Unit
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O mês de dezembro é marcado por uma epidemia de “dezembrite”. A informação é da Isma-BR (Internacional Stress Management Association Brasil) que divulgou, em uma pesquisa, que o nível de estresse do brasileiro aumenta, em média, 75% no último mês do ano.

Parece brincadeira, mas é real e acontece no fim de ano, justamente quando as pessoas estão abarrotadas de coisas para fazer. Compromissos sociais, organização das festas em família, comprar presentes, enfrentar filas, concluir pendência do trabalho, planejar o réveillon, projetar o novo ano. A extensa lista para os últimos 31 dia de dezembro e a falta de tempo é motivo para ansiedade, irritabilidade e estresse que somados podem influenciar na saúde física e mental.

Aliado a isso existe ainda a pressão do check list pessoal. É hora de colocar na balança tudo que foi planejado para o ano e analisar se as metas foram cumpridas. Se houver pendências, é possível que alguns sintam tristeza, depressão e angústia.

“É comum no final do ano, ocorrer em algumas pessoas a “Síndrome do final de ano” ou “dezembrite”, que é um fenômeno geralmente associado sobre as vitórias e conquistas alcançadas ou frustrações e insucessos ao longo do ano. Quando uma pessoa faz reflexões sobre a sua vida e percebe pouca produtividade, conflitos interpessoais e intrapessoais, ela fica mais suscetível a desenvolver a ansiedade (expectativa de futuro) ou a depressão (estado passivo)”, explicou a psicóloga Jamile Santana Teles, Doutora em Saúde e Ambiente e professora adjunta da Unit.

Segundo Jamile Teles, a autocobrança ocasiona um gasto de energia física e mental no indivíduo e o fato de não alcançar seus desejos e metas, muitas vezes inatingíveis, pode gerar perda da autoconfiança e o rebaixamento da autoestima. Por outro lado, é importante perceber que essa cobrança feita a si mesmo não é somente uma vilã na história de vida. “A autocobrança funciona como um automonitoramento do indivíduo para conseguir adaptar emoções, sentimentos e comportamentos. Ela só gera prejuízos no sujeito dependendo do nível em que ocorre, ou seja, níveis extremos de autocobrança podem dificultar ao indivíduo a percepção do que ocorre em sua vida, quais são as mudanças necessárias para seu equilíbrio biopsicossocial, além de dificultar reconhecer comportamentos funcionais que estejam sendo desenvolvidos pelo sujeito, mas que não sejam reconhecidos como suficientes”.

A psicóloga revela que para lidar com a sensação de insatisfação com o desempenho é necessário autoconhecimento enquanto habilidade para reconhecer as capacidades, dificuldades e limitações. Dessa maneira será mais fácil potencializar suas qualidades e ter a tomada de consciência dos comportamentos em que você não consegue realizar nesse momento. “Sem dúvidas, o autoconhecimento auxilia o indivíduo a equilibrar suas emoções, pensamentos e comportamentos, e consequentemente, estar satisfeito com suas decisões, ideias e com sua forma de lidar e aceitar sua vida, como ela realmente é.  É importante “se esvaziar”, uma vez que a cura do que sentimos ocorrerá através da fala. Então precisamos falar sobre o que sentimos, pois assim, compreenderemos o que estamos vivendo e, consequentemente, poderemos ressignificar as situações que acontecem na vida”. 

Ter um outro olhar sobre os acontecimentos e ser grato podem ser gatilhos positivos para o fortalecimento da saúde emocional do ser humano. Segundo a especialista, o hábito de agradecer gera bem-estar, aumenta a autoestima e traz forças para gerar mudança.  “Entende-se que a gratidão como a capacidade em ser grato a algo que a vida proporciona, sendo bom ou ruim. Ser grato não é somente um estado de espírito, mas sim um estilo de vida. A gratidão pode ser praticada de maneira divertida, leve e sem dúvidas tem a capacidade de mudar a forma com que o sujeito percebe os acontecimentos em sua vida, o que por sua vez aumenta a autoestima e autoconfiança, e consequentemente, gera maior qualidade de vida”, concluiu.

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