Para além de uma instituição de ensino, a Unit inspira jovens a entrarem para o mundo da pesquisa. Foi assim com Mariene Amorim, bacharel em Biomedicina, Mestre em Genética e Biologia Molecular e doutoranda em Genética e Biologia Molecular na área de Virologia.
Para a pesquisadora integrante da força tarefa da Unicamp contra a COVID19, a visão e o incentivo dos mentores foram determinantes para que pudesse explorar seu potencial o mundo acadêmico.
“Comecei fazendo iniciação científica no Laboratório de Biomateriais. Em 2014, durante a minha graduação, fiz intercâmbio pelo programa Ciências sem Fronteiras, uma iniciativa do Ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e do Ministério da Educação (MEC), com apoio das respectivas instituições de fomento – CNPq e Capes –, e Secretarias de Ensino Superior e de Ensino Tecnológico do MEC. Através desse programa, tive a oportunidade de fazer parte da minha graduação na Universidade Estadual da Carolina do Norte (NC State University) nos Estados Unidos, onde, pela primeira vez, vi de perto um laboratório de virologia”, lembra.
De volta ao Brasil em 2016, Mariene fez o segundo estágio obrigatório, no Laboratório Central de Biomedicina da Unit, onde também teve vários momentos de muita aprendizagem. “Toda minha experiência na graduação, as conversas com meus amigos e colegas de laboratório, e com meus professores, me fizeram optar por fazer um mestrado, e acabei me descobrindo uma biomédica pesquisadora apaixonada pela ciência!”
Em 2017, iniciou as análises no Laboratório de Estudos de Vírus Emergentes (LEVE), e defendeu dissertação em abril de 2019. Durante esse período trabalhou com os vírus Zika e Oropouche, que eram grandes preocupações na época, principalmente o Zika pelos casos de microcefalia. O doutorado foi iniciado na mesma época em que defendeu o mestrado.
“Trabalhei com os vírus Chikungunya e Mayaro por um ano, até a pandemia causada pelo novo coronavírus, SARS-CoV-2, chegar aqui no Brasil. Desde então, tenho trabalhado junto com os meus colegas de laboratório em vários projetos que buscam entender um pouco sobre esse vírus, os mecanismos de patogênese, ação de alguns fármacos e tropismo celular. Além disso, estamos trabalhando no sequenciamento do SARS-CoV-2 em amostras de pacientes que foram testados positivos, utilizando MinION (Oxford Nanopore), em parceria com a Universidade de Oxford, com a USP e USP-RP. Essa nova fase tem trazido desafios gigantescos”, relata.
“Tudo que faço é com muito amor. O que eu aprendi com o mundo acadêmico, é que ser pesquisador é se doar. Se doar para a ciência, para a natureza, para o próximo, seja ele um estudante, uma pessoa comum ou um paciente internado na UTI”, completa Mariene.