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Egresso da Unit é aprovado em 1º lugar no mestrado da UFC e em 2º lugar na UFBA

Ian Ravih Rollemberg, egresso do curso de Psicologia, compartilha sua trajetória acadêmica e dicas para estudantes que buscam passar em pós-graduação stricto sensu

às 11h44
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A aprovação no mestrado é um grande sonho para muitos estudantes. Além de representar uma conquista acadêmica, o mestrado também abre portas para oportunidades profissionais de maior reconhecimento e remuneração. No caso do egresso do curso de Psicologia da Universidade Tiradentes (Unit), Ian Ravih Rollemberg, esse sonho se tornou realidade em dose dupla. 

Ele foi aprovado em primeiro lugar no mestrado em Psicologia da Universidade Federal do Ceará (UFC) e em segundo na Universidade Federal da Bahia (UFBA). Essa conquista não é apenas um triunfo pessoal, mas também um exemplo inspirador para outros estudantes que buscam trilhar uma jornada acadêmica de excelência.

“Inicialmente, admito que tomei um susto. Eu esperava ter um bom resultado, levando em conta toda a minha dedicação durante a graduação, mas na hora que vi a classificação, demorei um tempo para realmente entender o tamanho da minha conquista. A emoção tomou conta, e depois, pude lembrar de tudo o que construí durante o curso. Entendi que isso foi fruto das minhas escolhas e do que pude construir enquanto acadêmico de Psicologia. Mais de 200 pessoas se inscreveram para o mestrado, e saber que fiquei em primeiro na linha de pesquisa que escolhi me traz muito orgulho e felicidade”, revela Ian.

O último ano da graduação apresentou desafios consideráveis, com estágios clínicos, a elaboração do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) e a preparação para o mestrado. Ian revela que a persistência foi sua aliada nesse período, abdicando de fins de semana e feriados para equilibrar todas as demandas. 

“O principal desafio foi conciliar o final da graduação e todos esses fatores com o planejamento para o meu mestrado. Muitas foram as vezes em que precisei abdicar de fins de semana e feriados para conseguir escrever meus anteprojetos de mestrado (algo que demanda muito tempo e estudo) ou focar nas outras demandas. Lidei com esses desafios por meio da persistência. Entendi que pude semear muitas coisas na graduação, e que esses momentos finais seriam os de colher aquilo que vim plantando desde o começo do curso. Hoje, posso dizer que a persistência foi justificada e que consegui exatamente o que queria”, relembra.

Jornada acadêmica e a iniciação científica

Ian compartilha que sua jornada acadêmica foi marcada por uma busca constante por oportunidades e envolvimento ativo em diferentes aspectos do curso de Psicologia na Unit. Desde o início, ele participou ativamente de atividades de pesquisa, extensão e iniciativas acadêmicas. Sua Iniciação Científica (IC) foi um pilar fundamental, proporcionando não apenas conhecimento prático em pesquisa, mas também o contato com diversas metodologias e a chance de contribuir para uma tese de doutorado.

“Entendi que só assim poderia conhecer o meu curso em profundidade, me tornando um profissional capacitado ao me formar. Inicialmente, ingressei para a Liga de Psicanálise Tiradentes, e logo fui da chapa vencedora da eleição para a diretoria, me tornando vice-diretor. Posteriormente, ainda pude fundar a Liga Acadêmica Tiradentes de Fenomenologia-Existencial, iniciativa inédita no curso da qual tenho muito orgulho, sendo dela diretor-geral até o fim da graduação, além de ter sido monitor em disciplinas na graduação”, conta o egresso.

Sua primeira experiência oficial na pesquisa científica surgiu no quarto período, onde ele precisou publicar um resumo na Semana de Pesquisa e Extensão (SEMPESQ). Segundo Ian, essa apresentação abriu muitas portas, pois a professora avaliadora do trabalho, Dra. Ilka Miglio, gostou tanto que o chamou para participar de seu grupo de pesquisa. 

“Nesses dois anos de Iniciação Científica, pude me desenvolver enormemente enquanto pesquisador, enquanto futuro profissional e enquanto ser humano. Aprendi todas as etapas de uma pesquisa científica, tive contato com metodologias como a pesquisa documental, a pesquisa de campo, a entrevista narrativa, além da escrita de artigos científicos. Pude acompanhar ativamente a elaboração de uma tese de doutorado. Isso tudo foi enormemente importante para a minha construção enquanto pesquisador, e, com certeza, influenciou para os resultados que alcancei. Saio da graduação podendo afirmar com tranquilidade que tenho muita experiência em todas as etapas da pesquisa, e isso se deu às oportunidades acadêmicas proporcionadas pela Unit e seu corpo docente”, afirma Ian.

Preparação e escolhas

O futuro mestre compartilha detalhes sobre a preparação para o processo seletivo, destacando a importância de relações construídas durante a graduação e o apoio de professores na análise de seu anteprojeto de pesquisa.

“Na primeira etapa, foi desafiante ter que escrever o meu primeiro projeto de pesquisa do zero. Assumir esse protagonismo enquanto pesquisador, de realmente afirmar e defender com rigor científico um tema de pesquisa meu, foi difícil. Na segunda etapa, a maior dificuldade foi a de conseguir conciliar todos os aspectos do projeto a serem apresentados, com o limite de tempo de 15 minutos. Me preparei praticando diariamente, desde o dia que recebi a aprovação na primeira etapa, até o dia da defesa. A última etapa nem chegou a ocorrer, pois já na segunda etapa, já havia ocorrido a eliminação de muitos candidatos. Pensar nisso me leva a entender o tamanho da minha conquista”, explica.

Ian conta que se preparou com muita antecedência, tendo começado a escrever o seu anteprojeto de pesquisa antes mesmo da saída do edital oficial. “Tive muita ajuda de pessoas que conheci na graduação, e isso mostra a importância das relações construídas nesse espaço. Na primeira fase, em que o anteprojeto de pesquisa deve ser avaliado, tive o privilégio de ter professores lendo o meu o que escrevi antes do envio e fazendo comentários sobre aspectos que poderiam melhorar. Na segunda etapa, da defesa do anteprojeto de pesquisa mediante entrevista, treinei diversas vezes a minha apresentação até o dia da defesa. Essa prática foi de extrema importância para que na hora eu pudesse ter sucesso”, relembra. 

Apesar de ter ficado imensamente feliz pela aprovação na Universidade Federal do Ceará, a Universidade Federal da Bahia sempre foi a sua prioridade. “Apesar de ser uma escolha difícil, entendi que a UFBA para mim traria mais vantagens a nível pessoal e profissional. As oportunidades que terei estarão dentro do que sempre sonhei, inclusive com a possibilidade de ter aulas com professores de países tão únicos como a Índia, os Estados Unidos e a Itália, dado o nível de internacionalização do programa”, ressalta.

Sua escolha pela UFBA se deve não só à proximidade da cidade onde reside, Aracaju, mas também pela excelência do programa de mestrado em Psicologia, que é um dos melhores do Brasil.  “O Programa de Pós-Graduação em Psicologia da UFBA é nota 6 pela avaliação da CAPES. Isso indica que ele possui excelência e relevância internacional. Eu sempre busco pensar alto nos meus objetivos, desejo buscar o melhor para minha formação e minha carreira enquanto pesquisador, docente e psicólogo. Além disso, o programa tem uma grande tradição de unir duas das áreas da Psicologia que mais me interesso: a Psicologia Social/Cultural e a Psicologia do Desenvolvimento”, enfatiza o egresso.

Contribuições futuras 

Ian compartilha seus planos de contribuir para a Psicologia através de pesquisas com impacto social durante o mestrado, e revela sua aspiração de se tornar professor em uma universidade federal após concluir o doutorado. Ele ressalta a importância de fortalecer a Psicologia como área de conhecimento.

“Para mim, o mestrado é o começo de outra jornada. Pretendo terminar o mestrado, e se possível, emendar diretamente com o doutorado. Sendo mestre, também desejo dar aulas em instituições de ensino superior. Após o doutorado, tenho o sonho de fazer concursos para ser professor de uma universidade federal. Pretendo contribuir para a Psicologia desenvolvendo pesquisas que não se restrinjam aos muros da academia. Visto que a partir do mestrado me tornarei um pesquisador em Psicologia Social, desejo que tudo o que eu construir academicamente tenha alguma forma de impacto social e possa contribuir não só para o desenvolvimento da Psicologia dentro das minhas áreas de interesse, mas para compreensões possíveis sobre aspectos da própria sociedade”, elenca.

O egresso oferece conselhos práticos para estudantes de Psicologia, incluindo a participação em programas de iniciação científica, o aprofundamento nos interesses pessoais e a compreensão de que a busca pela perfeição no anteprojeto não é necessária, mas sim a construção do melhor projeto possível.

“O primeiro conselho é o de buscar entrar em programas de iniciação científica. Por mais que não seja algo “obrigatório” para entrar no mestrado, essa experiência levará o discente a ter uma experiência prévia em pesquisa. O segundo, que é o de saber muito bem aquilo que o inquieta, aquilo que o interessa. A inquietação é algo básico para um pesquisador, pois toda a pesquisa responde a alguma pergunta, algo que é de interesse do cientista e que ele percebe que ainda não tem uma resposta. Para isso, porém, é necessário ir além. Por fim, um conselho que eu mesmo me daria seria o de não se cobrar a escrever o anteprojeto perfeito. O próprio nome, ‘anteprojeto’, indica que se trata de um documento a mostrar o caminho que se deseja percorrer”, finaliza.

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