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Eleições 2024 gera desafios para o campo do Direito Eleitoral no Brasil

O avanço tecnológico, como as ferramentas de Inteligência Artificial e o uso massivo de redes sociais, devem concentrar os debates na área que tem registrado crescimento no país.

às 22h02
Augusto César Leite de Resende, docente do curso de Direito Público de Pós-graduação Lato sensu da Universidade Tiradentes (Unit) e Promotor de Justiça em Sergipe
Augusto César Leite de Resende, docente do curso de Direito Público de Pós-graduação Lato sensu da Universidade Tiradentes (Unit) e Promotor de Justiça em Sergipe
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Nos últimos anos, debates jurídicos e mudanças na legislação, buscando fortalecer a transparência e a legitimidade nos processos eleitorais, têm demonstrado a importância do Direito Eleitoral para a democracia. Ainda assim, questões como o avanço da tecnologia, sobretudo em ano de eleições municipais, representam um desafio à área que, dentre outros propósitos, consiste em assegurar a participação ativa dos cidadãos, especialmente aqueles com maior vulnerabilidade socioeconômica. 

Em 2024, as redes sociais deverão estar no centro dessas discussões, ao lado das ferramentas digitais que têm como base o uso da Inteligência Artificial (IA). Juntos, esses dois recursos podem servir para amplificar a disseminação de fake news, além de favorecer esquemas de fraudes, seja por candidatos, partidos ou cidadãos. Outros pontos que também deverão permear o debate incluem ainda a compra de votos, propaganda eleitoral irregular e financiamentos indevidos de campanha, todos eles cada vez mais facilitados com a chegada de novas tecnologias. 

Conforme explica o docente do curso de Direito Público da Pós-graduação Lato sensu da Universidade Tiradentes (Unit) e Promotor de Justiça em Sergipe, Augusto César Leite de Resende, a Constituição Federal ainda representa a principal arma para o enfrentamento dessas problemáticas.

“O Direito Eleitoral tem a potencialidade de fortalecer a democracia brasileira, mediante a garantia do exercício do voto a todos, em um processo eleitoral justo e equânime. Assim, a Constituição Federal, além de positivar o direito humano de participação política, traça regras fundamentais sobre partidos políticos, condições de elegibilidade e hipóteses de inelegibilidade”, pontua. 

Especialização em alta

À medida em que crescem os obstáculos à garantia do exercício da democracia, aumentam também as atenções quanto à formação de especialistas, os quais asseguram a aplicação correta das leis, desde as campanhas até a apuração dos resultados. A plataforma jurídica colaborativa Xjus inclui o Direito Eleitoral na lista das 10 áreas mais promissoras do campo jurídico. Enquanto isso, esta especialização ocupa o décimo lugar entre os 15 setores do Direito mais bem remunerados, segundo levantamento feito pelo portal Jusbrasil.  

“O profissional do Direito, quando bem qualificado, terá as competências e habilidades necessárias para garantir a aplicação correta e justa das normas eleitorais, contribuindo, assim, para assegurar a participação política plena de candidatos e eleitores, especialmente eleitores integrantes de grupos vulnerabilizados”, destaca o professor.  

Outras demandas a serem observadas de perto por especialistas da área incluem ainda o controle e regulamentação de mídias sociais, incluindo as normas da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD); ampliação das medidas de proteção contra ameaças cibernéticas; disparos em massa de mensagens instantâneas; revisão das regras que envolvem o financiamento de campanhas e ampliação e garantia da participação feminina. 
“O curso de Pós-graduação da Unit abordará, de forma aprofundada, os principais temas do Direito Eleitoral, com especial enfoque prático, e contará ainda com a participação de professores doutores que são referência nacional em Direito Eleitoral. Outro diferencial é que o curso tratará de temas atuais, a exemplo de resoluções do TSE, decisões judiciais e doutrinas que tratam das Fake News e da IA no processo eleitoral”, finaliza o docente e Promotor de Justiça em Sergipe, Augusto César Resende.

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