O primeiro evento acadêmico da Universidade Tiradentes (Unit) em 2022 reuniu comunidade científica em debates sobre os efeitos do exercício sobre o corpo humano, a dor e as doenças. De forma híbrida, o IX Encontro Científico do LABIMH e o 1º Congresso Internacional de Clínica Médica e Exercício Físico (CICMEF) teve início nesta quarta-feira, 12, e seguirá até sexta-feira, 14.
Já é o nono ano que o Laboratório de Biociências da Motricidade Humana (LABIMH) realiza o encontro, mas ampliou o escopo para trazer participantes de outros lugares do mundo, a exemplo de Portugal, a interação de estudantes de Medicina que realizam pesquisas voltados para a Clínica Médica e incentivar a produção científica.
Segundo o coordenador do LABIMH, o doutor Estélio Dantas, o estudante deve ser apresentado à pesquisa científica. “A universidade se baseia em ensino, pesquisa e extensão. O problema é que as faculdades não tem nem a pesquisa, nem a extensão, tem só o ensino. Isso é como se você tivesse um banco que em vez de ter três apoios tivesse um só, ele vai ficar desequilibrado. E nós como líderes podemos dar ao nosso aluno uma abordagem diferente, preparando-os melhor para a vida profissional”, enfatizou.
“Seis alunos de Medicina já estão fazendo seus TCCs [Trabalho de Conclusão de Curso] dentro da linha de pesquisa do laboratório. Câncer e exercício, AIDS e exercício, envelhecimento e exercício, e neurofisiologia. Quer dizer, nós já estamos pouco a pouco pegando esses alunos da graduação de Medicina e colocando eles dentro da visão da pós-graduação”, acrescentou o coordenador do LABIMH.
Para a mestranda em Saúde e Ambiente, Karoll Dantas, também organizadora do congresso, o objetivo é, sobretudo, incentivar a produção científica. “A ideia central desse evento é mostrar para as pessoas, principalmente, nesse momento de pandemia a importância dos mestrandos e doutorandos trabalharem mais nos seus artigos. Tudo o que se fala hoje em dia é ‘cientificamente provada, cientificamente testado’. Então, precisamos provar cientificamente. Por isso, precisamos trazer as pessoas para dentro do laboratório para trabalhar a questão da saúde, da qualidade de vida do idoso e a questão da própria covid”, disse.
Segundo o doutorando em Saúde e Ambiente, Michael Douglas Celestino Bispo, a participação em encontros científicos é muito importante para o pós-graduando. “Um dos pontos principais é o feedback com grandes referências da área, para termos esse contato mais próximo e ‘trocar figurinhas’. É importante nesse sentido. E o outro caso é para estar sempre atualizado. Às vezes a gente acaba muito intrínseco ali à instituição, pesquisas, etc, e esse contato com outras pessoas que estão se atualizando acaba também trazendo esse arcabouço de atualização”, contou.
Pesquisa
Um dos trabalhos apresentados no evento é dele. No LABIMH, Michel desenvolve uma pesquisa voltada para a detecção de talentos esportivos, ou seja, a análise de características genéticas, fatores socioculturais e ambientais que determinam a predisposição dos indivíduos para cada esporte.
“Criamos um quadro de características epigenéticas, em que fazemos uma relação entre modalidades olímpicas e não olímpicas e traçamos um perfil para cada uma e o que ela exige. Então, coletamos dados de uma criança e percebemos que ela tem mais força e mais velocidade, por exemplo, comparamos com um esporte e o que ele exige. A partir daí, conseguimos fazer a orientação da criança para aquela modalidade. Envolvemos também alguns testes como a dermatografia, que é um teste epigenético em que através das impressões digitais observamos predisposição para força, velocidade, agilidade, resistência, entre outros aspectos”, explicou o doutorando.
Evento
O está sendo transmitido pelo YouTube, com acesso aberto para todos, e pelo Google Meet, neste caso, precisando de inscrição. Para se inscrever basta acessar o site unit.br/eventos.
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