O estudo acontece em torno da nanotecnologia do concreto e materiais da construção civil. Em outras palavras, focará a interação atômica dentro das peças de concreto. “A Engenharia Civil aborda mais as tensões superficiais como compressão, trincas, tração e fissuras. Este grupo vai estudar a nanoestrutura. Como originou a fissura de dentro para fora. Compreender o mecanismo da estrutura atômica do concreto e o resultado na parte superficial. Muitas patologias acontecem primeiramente na escala atômica”, afirma o pesquisador e professor Thiago Remacre.
Com a troca de conhecimentos, os acadêmicos estudarão sobre as propriedades físico-químicas dos concretos, materiais metálicos e não metálicos da construção civil, analisarão a nanodinâmica de esforços internos em estrutura de concreto e desenvolverão sistemas estruturais de novos materiais, híbridos e mistos.
“O primeiro passo é englobar algumas leis de interação. O concreto é um material heterogêneo e, com isso, tem um tempo de moldagem. Qualquer variável neste processo de fabricação e moldagem, afeta sua qualidade. Neste caso, os estudantes irão interagir e comparar com os estudos realizados”, explica Remacre.
O grupo surgiu por iniciativa dos próprios estudantes e abraçada pela coordenação do curso e corpo docente. “O nosso intuito é que o grupo desenvolva conhecimento científico e técnico e que futuramente vire uma patente de um produto ou uma técnica. Claro que temos um caminho longo a percorrer. A ideia é que eles produzam e levem o nome da universidade para fora, ampliando seus conhecimentos”, evidencia Thiago que leciona disciplinas como Materiais de Construção, Ciências e tecnologias dos materiais, Concreto II, resistência dos materiais, entre outras.
César Douglas Santos também participa do grupo de pesquisa. Para ele, além do crescimento acadêmico, este é o primeiro passo para a carreira que gostaria de seguir. “Desde o primeiro período já tinha esta visão, queria participar de algum grupo de pesquisa. Esta iniciativa está abrindo portas não só para nós, mas para outros que virão. A iniciação científica nos ajuda a amadurecer até mesmo para o mercado. Pretendo fazer mestrado e doutorado”, comenta o estudante que fará uma pesquisa com concreto e borra de café.
“O meu desejo é que todos sigam a carreira acadêmica como pesquisador, é muito importante. Falta muito engenheiro civil no laboratório e uma formação voltada para esta área será um diferencial enquanto profissional. Sobrevive no mercado quem possui uma melhor qualificação”, finaliza o professor.