Proteína, zinco, ferro, vitamina A são alguns dos nutrientes encontrados em alimentos como fígado, moela, rabada. Considerados pouco nobre no corte de carnes, eles atraem a atenção desde que passaram a compor o cardápio de participantes de um reality show televisivo.
Profissionais da área de Nutrição e de Gastronomia da Universidade Tiradentes esclareceram o valor nutricional e a variedade de pratos possíveis com esses ingredientes.
Tatiana Maria Palmeira dos Santos é professora no curso de Nutrição e explica que a preferência alimentar conta na hora da escola desses itens e que apesar de nutritivos, eles possuem alto teor de gordura e de colesterol.
“Fígado, moela e rabada são alimentos nutritivos devido à composição nutricional. Possuem proteínas de alto valor biológico, minerais e vitaminas, porém possuem quantidade de gordura e de colesterol elevados. A moela é rica em zinco que exerce importante função no sistema imune. Por sua vez, o fígado se destaca pela quantidade de ferro e de vitamina A. Esses alimentos possuem grande quantidade de gordura e colesterol, portanto cuidado com o consumo exagerado”, disse.
A profissional explica que embora o programa televisivo mostre os participantes consumindo mais de uma vez os itens, o Guia alimentar da população Brasileira recomenda a ingestão de vísceras uma vez por semana.
“O consumo recomendado seria de pelo menos uma vez por semana vísceras e miúdos, como o fígado bovino, moela, coração de galinha entre outros. Uma vez que esses alimentos são excelentes fontes de ferro, nutriente essencial para evitar anemia”.
Pratos
Coordenadora pedagógica curso de Gastronomia e professora da disciplina Cozinha Regional Nordestina, Isabelle Brito, afirma que é possível preparar pratos sofisticados com esses ingredientes.
“São partes consideradas não nobres, culturalmente, para a nossa alimentação. Com certeza, é possível, sim, fazermos pratos que utilizam fígado, moela, rabada. Existe o preconceito cultural e também existe um movimento muito atual na gastronomia com a sustentabilidade alimentar, ou seja, tentar usar o máximo que pude partes daquele animal, daquela proteína em diversas produções gastronômicas com o intuito de trazer essa sustentabilidade ”.