Por Raquel Passos e Mariane Marques
Os festejos juninos são embalados por muito forró, comida feita de milho e claro, as tradicionais fogueiras e queimas de fogos de artifício. Mas este ano, os festejos estão ocorrendo de forma bem diferente por conta da pandemia da Covid-19. Em decreto publicado no último dia 18, a Prefeitura de Aracaju recomendou que a população não acenda fogueiras e solte fogos de artifício durante o ciclo junino. Essa recomendação está fundamentada no possível agravamento do quadro de pacientes com doenças respiratórias, principalmente a covid-19, causado pela da fumaça, o que pode ocasionar a lotação das unidades de saúde.
O professor do curso de Medicina da Universidade Tiradentes, médico pneumologista Saullo Maia D’avila Melo, explica que os fogos ou as fogueiras quando queimados causam problemas respiratórios principalmente em pessoas que já têm algum histórico, além de dificultar a saúde de pessoas que não convivem com essas doenças. É que a fumaça exalada tem a exposição de produtos químicos e gases tóxicos, como o bióxido de carbono, monóxido de carbono e outros produtos químicos.
“Todos esses produtos químicos são irritantes para o aparelho respiratório e todo o organismo. A depender da intensidade que as pessoas ficam expostas, a fumaça pode irritar os olhos, nariz, garganta e também adentrar aos pulmões, produzindo irritação nos bronquios e no próprio parênquima pulmonar”, explica o professor Saullo.
Cuidados
Em Aracaju, a prefeitura recomendou a não utilização de fogos de artifício e de fogueira durante esse período de festas juninas para evitar o contágio e agravamento das doenças. As fogueiras e os fogos não são bem-vindo por provocar aglomeração e acometer o sistema respiratório.
“As recomendações que nós podemos fazer é manter os cuidados rotineiros como o uso de máscara, distanciamento social e não manusear fogos – já que geralmente isso é feito na presença de muitas pessoas. Evitando essa aglomeração, além da proteção contra o vírus, todos ficam protegidos contra as queimaduras – já que os números durante esta época do ano aumenta”, avalia o professor de Medicina da Unit, médico pneumologista Saullo Maia D’avila Melo.
Covid-19
O principal órgão acometido pelo novo coronavírus são os pulmões e o grau de comprometimento depende da intensidade com que a doença conseguiu prejudicá-los. O professor de Medicina da Unit, médico pneumologista Saullo Maia D’avila Melo, explica algumas fases de comprometimento dos pacientes divididos em quatro fases – leve, moderada, grave e muito grave.
“Quando a pessoas testa positivo para a Covid-19, mas tem poucos sintomas respiratórios são sintomas leves; já aqueles moderados seriam os sintomas mais amenos; e grave é quando o paciente precisa de oxigênio mas não precisa de intubação. Por último, o muito grave, que é quando o paciente precisa ir para UTI para ter acesso a ventilação mecânica e entubação”, ressalta.