O adiamento da maternidade está se tornando uma tendência entre as mulheres. A prova disso é o aumento no número de partos nessa faixa etária, que cresceu 33% em uma década entre 2009 e 2019. Outras adiam ainda mais esse sonho. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) mostram que, entre 2010 e 2020, a quantidade de mulheres que deram à luz após os 50 anos cresceu 55%.
Um exemplo de gestação tardia é o da atriz Claudia Raia. Mesmo com o suporte oferecido pela medicina reprodutiva, a possibilidade de engravidar após os 55 anos é pequena e os riscos bem maiores do que para as grávidas mais jovens.
Nessa idade as chances de ocorrer uma gravidez espontânea são raríssimas. Em alguns casos, porém, a medicina reprodutiva pode ajudar, mas ainda assim, as taxas de sucesso são baixas. Os principais riscos associados à gravidez acima dos 50 anos são:
- hipertensão arterial;
- diabetes gestacional;
- aborto espontâneo;
- parto prematuro
- cromossomopatias como a síndrome de Down.
Gestação após os 50 anos
Um estudo elaborado pela American Society of Reproductive Medicine (ASRM), junto à Society for Assisted Reproductive Technology (SART), mostrou que em mulheres mais velhas, com histórico de subfertilidade ou infertilidade, a taxa de implantação a partir de óvulos congelados fica entre 17% e 41%.
Quando se deseja engravidar naturalmente, a idade “ideal” é dos 20 aos 29 anos. Mesmo assim, até os 35 anos, a maioria das mulheres consegue engravidar sem transtornos. Porém, a partir daí, a capacidade reprodutiva feminina diminui gradativamente, com o declínio acentuado da reserva ovariana. Na faixa dos 50 anos, a probabilidade de existirem óvulos capazes de serem fecundados naturalmente é quase nula.
Com os avanços na área da medicina reprodutiva, pode-se viabilizar uma gestação saudável até essa idade. Isso, no caso das mulheres que fizeram o congelamento de óvulos (preferencialmente, antes dos 35 anos).
Para quem não possui óvulos em quantidade ou qualidade suficientes e não optou pela criopreservação, pode-se avaliar a possibilidade de se realizar uma fertilização in vitro (FIV) com óvulos doados. De acordo com a Resolução CFM nº 2.294/2021, a quantidade de embriões que podem ser transferidos em mulheres com mais de 40 anos de idade é de até quatro.
De acordo com o Conselho Federal de Medicina (CFM), as técnicas de reprodução assistida podem ser realizadas, somente, até os 50 anos. Isso, contanto que exista real possibilidade de sucesso e baixa probabilidade de riscos graves, tanto para a candidata ao procedimento como para seu(s) futuro(s) bebê(s). Caso consiga fazer o tratamento e engravidar, a paciente deve ser encaminhada para um pré-natal de alto risco.
Exceções, por sua vez, precisam ser baseadas em critérios técnicos e científicos, fundamentados pela equipe responsável. Se consideradas plausíveis e se houver consentimento do paciente para com todos os riscos envolvidos, pode-se indicar o tratamento acima desse limite.
Com informações da American Society of Reproductive Medicine e Viva Bem Uol
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