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Higienização das mãos

Lavar as mãos é o método mais eficiente na prevenção de infecções

às 14h01
As mãos são a principal via de transmissão de microrganismos durante a assistência prestada aos pacientes. Essa transferência pode ser de uma superfície para outra por meio de contato direto, pele com pele, ou indireto, por meio do contato com objetos e superfícies contaminados. Uma forma simples, barata e eficiente de evitar a maioria das infecções em ambientes hospitalares é a lavagem correta das mãos com água e sabão.
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De acordo com o professor da pós-graduação em Enfermagem em Cardiologia, Eduesley Santana, doutor e pós-doutor na área, apesar de ter acesso às noções de prevenção de infecção hospitalar, muitos profissionais da área de saúde acabam se descuidando durante o manejo com os pacientes.

“Por mais discutido que seja na graduação ou na formação básica dos técnicos esses conceitos, quando esse profissional chega ao local de trabalho a gente percebe, provavelmente por conta de aspectos gerenciais ou logísticos, que ele acaba deixando de seguir a risca os princípios básicos de controle de infecções”, aponta.

O especialista explica que a preocupação maior dos profissionais de saúde, especificamente os enfermeiros, não é a autoproteção e sim o cuidado e a prevenção de infecções ao paciente em internamento. “Quando eu falo em menos autoproteção é porque como teoricamente todo profissional é hígido, ele está com a saúde íntegra, aquele microrganismo não causa impacto para o profissional. A preocupação é que aquele microrganismo entre em contato com outro paciente que tenha debilidade, que já tenha o sistema imune comprometido e isso pode e vai comprometer ainda mais a saúde dele”, esclarece.

Taxas de infecções

As taxas de infecções e resistência microbiana aos antimicrobianos, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), são maiores em Unidades de Terapia Intensiva (UTI), devido ao maior volume de trabalho, presença de pacientes graves, tempo de internação prolongado, maior quantidade de procedimentos invasivos e maior uso de antimicrobianos.

Segundo Eduesley, não há risco para o profissional de saúde cuidar de um paciente com infecção, mesmo que o microrganismo seja multirresistente (quando ele não responde a antibióticos de ultima geração) desde que sejam adotados os princípios básicos de controle.

“O mais básico de todos é a lavagem correta das mãos, então a higienização das mãos previne a disseminação de grande parte dos microrganismos dentro da UTI, previne um monte de infecções relacionadas à assistência a saúde, então se o profissional de saúde tem esse cuidado básico com ele mesmo que é o de lavar as mãos, acaba se prevenindo e prevenindo novos contágios aos pacientes”, explica.

A falta de medicamentos e insumos é um problema sério nas unidades de saúde do país, situação que não é diferente em Sergipe, mas segundo Santana tendo água e sabão é possível evitar muitas infecções. “Para o paciente, além dos cuidados da enfermagem, é preciso dispensar outros cuidados como administrar antibióticos e é ai que a gente esbarra nesses problemas gerenciais e políticos que vivemos, mas eu acredito que no âmbito da enfermagem a higienização das mãos é o ponto chave”, afirma.

Os pacientes detectados com microrganismo multirresistente na corrente sanguínea, no trato urinário ou nas vias áreas, precisam de uma preocupação maior de cuidados e controle para que aquele microrganismo não se dissemine no resto da unidade para todos os outros pacientes. “Essa precaução é com o objetivo de sinalizar para a equipe que o cuidado tem que ser maior para que eu não transmita a outros pacientes, com minhas mãos, aquele microrganismo que estava restrito a um paciente. Existe uma roupa especial e um procedimento de higienização das mãos ao entrar no leito do paciente com microrganismo multirresistente e na saída essa roupa deve ser descartada e as mãos lavadas novamente, o profissional tem que ter essa consciência para evitar infecções cruzadas”, ressalta.

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