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Integração com TV e internet revitaliza o rádio

Com câmeras, estúdios modificados e programas com linguagem mais ágil, emissoras de rádio se reinventam e ampliam alcance ao usar recursos da televisão e da internet

às 11h52
Estúdio da Rádio Verdes Mares, a “Verdinha”, em Fortaleza, que integrou a sua programação à grade da TV Diário: fusão com a internet revitalizou os veículos (Reprodução/TV Diário)
Estúdio da Rádio Verdes Mares, a “Verdinha”, em Fortaleza, que integrou a sua programação à grade da TV Diário: fusão com a internet revitalizou os veículos (Reprodução/TV Diário)
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Há mais de 70 anos, dizia-se que o rádio seria superado pela televisão. Mais adiante, no começo deste século, falava-se que a internet e as redes sociais o sepultariam em definitivo. A verdade que se consolida cada vez mais nos tempos de hoje é de que esses três meios de comunicação estão cada vez mais fortalecidos e integrados. Isso se reflete principalmente nos programas de jornalismo, que, apesar de serem pensados apenas para um desses três formatos, se adaptam perfeitamente aos outros e conquistam igualmente mais alcance e participação do público. 

Nos primórdios da televisão, na década de 1950, as primeiras emissoras, como Tupi, Paulista e Record, recorreram a profissionais do rádio para montarem suas equipes e suas programações, que basicamente reproduziam formatos de sucesso no meio, principalmente nas rádios Tupi e Nacional. Em grandes ocasiões esporádicas, como debates eleitorais, os programas eram transmitidos simultaneamente para TV e rádio. Isso começou a ser feito com mais frequência a partir do ano 2000, quando a rádio CBN passou a transmitir todas as noites, em conjunto com a TV Globo, o Programa do Jô, talk-show apresentado pelo comediante Jô Soares (1938-2022). 

Com o advento da internet, os programas de rádio passaram a ser transmitidos também em vídeo e muita gente passou a assistir os comunicadores que muitos conheciam apenas pela voz. Uma das primeiras experiências nesse sentido foi em 2007 nas rádios Jovem Pan AM (jornalismo e esportes) e FM (música jovem), que lançou uma web-TV no YouTube e contratou o experiente diretor Nilton Travesso, egresso da fundação da TV Record, em 1953. Ao seu comando, os estúdios e profissionais da Pan foram se adaptando aos poucos ao “rádio com imagem”, à medida em que o canal foi ganhando muita audiência na internet. 

Foi o caminho que levou a emissora ao lançamento do seu canal de TV a cabo, a Jovem Pan News, em 2022. E antes, em 2020, o canal CNN Brasil criou um núcleo próprio de rádio com profissionais vindos principalmente da CBN, mas também com participação de repórteres e comentaristas do canal de TV, e passou a veicular um jornal diário na rede Transamérica de rádio. 

Outro grupo que avançou na integração entre os três meios de comunicação é o Bandeirantes, que também projetou o “rádio com imagem” através da BandNews FM e de seu principal noticiário, ancorado pelo jornalista Ricardo Boechat (1952-2019). Além dos programas exibidos no YouTube, o comentário de abertura também era exibido em TV aberta pela Band. O sucesso do formato, bem como a possibilidade de redução de custos e o aprimoramento dos equipamentos de transmissão, levou o grupo a integrar ainda mais as suas equipes de jornalismo, com repórteres das rádios produzindo matérias também para as TVs, e vice-versa. 

Mais recentemente, o canal BandNews TV passou a exibir simultaneamente o Jornal Gente, programa de entrevistas e debates veiculado há 45 anos pela rádio Bandeirantes, e O É da Coisa, comandado pelo jornalista Reinaldo Azevedo na BandNews FM. Outros telejornais da casa, como Edição da Noite (BandNews TV), Primeiro Jornal, Jornal da Band e Jornal da Noite (Band) já vinham sendo transmitidos simultaneamente nas duas rádios, mas adotando uma linguagem mais ágil e dinâmica. 

Tendência pelo Brasil

A fusão entre rádio, TV e Internet também foi sendo mais assimilada por pequenas e médias emissoras do interior do Brasil e chegou rapidamente às afiliadas das redes nacionais (Jovem Pan, CBN e Bandeirantes) e às grandes emissoras regionais, como Guaíba e Gaúcha (Porto Alegre), Metrópole e Sociedade (Salvador), Clube e Jornal (Recife) Itatiaia (Belo Horizonte), Capital (São Paulo), Banda B (Curitiba), e Tupi (Rio de Janeiro). 

Destas, destaca-se a Verdes Mares (Fortaleza), também chamada de “Verdinha”, que no ano passado, passou a transmitir 15 horas de sua programação pela TV Diário, emissora do mesmo grupo que transmite em UHF para o estado do Ceará e via TV a cabo para outros estados. Em contrapartida, todos os programas e estúdios foram adaptados para a TV e ainda integrados com o jornal Diário do Nordeste. Anteriormente, o mesmo processo aconteceu na TV Thathi, emissora local de Ribeirão Preto (SP), que teve seus programas adaptados e transmitidos simultaneamente pela 79 AM, uma das rádios mais tradicionais do interior paulista.

Asscom | Grupo Tiradentes 

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