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Julho Verde faz alerta para prevenir os cânceres de cabeça e pescoço

Tumores que abrangem áreas como boca, garganta, nariz e tireoide se desenvolvem a partir de uma série de fatores, principalmente o uso abusivo do tabaco e do álcool

às 20h37
O Julho Verde se refere o dia 27 de julho, data definida como o Dia Mundial do Câncer de Cabeça e Pescoço (Reprodução/Abificc)
O Julho Verde se refere o dia 27 de julho, data definida como o Dia Mundial do Câncer de Cabeça e Pescoço (Reprodução/Abificc)
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O mês de julho marca a realização da campanha Julho Verde, que se refere ao câncer de cabeça e pescoço, doença na qual se enquadram os tumores de faringe, laringe, lábios, cavidade oral, cavidade nasal e tireoide. A data que marca a conscientização contra esta doença é o dia 27 de julho, definido pela Federação Internacional de Sociedades de Oncologia de Cabeça e Pescoço como o Dia Mundial do Câncer de Cabeça e Pescoço. 

Ela busca chamar a atenção para a incidência destes cânceres, que de acordo com dados do Ministério da Saúde, equivalem a 3% de todos os tipos de câncer e respondem por cerca de 10 mil mortes por ano no país. Já o Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima a ocorrência de mais de 40 mil casos por ano, sendo que os cânceres de boca e laringe são o 2º tumor mais frequente entre os homens; e os de tireoide são o quinto entre as mulheres. 

Segundo a médica e professora Sylvia Gurgel, do curso de Medicina da Universidade Tiradentes (Unit), esses tumores se desenvolvem a partir de mutações genéticas nas células das mucosas que revestem as regiões da cabeça e pescoço. “Essas mutações causam crescimento celular descontrolado e formação de tumores malignos”, explica, acrescentando que o tipo histológico mais comum é o carcinoma de células escamosas. A maioria dos cânceres de cabeça e pescoço é deste tipo, afetando principalmente as mucosas da boca, garganta, laringe, faringe e, menos comumente, glândulas salivares”, afirma.

A principal causa dos cânceres de cabeça e pescoço é o tabagismo, por meio do uso de cigarros, charutos, cachimbos, narguilés e derivados, bem como o abuso das bebidas alcóolicas e destiladas. O próprio Ministério da Saúde aponta que o tabaco é responsável por 97% dos diagnósticos de câncer de laringe, e que o álcool associado ao fumo aumenta o risco da doença nessa região em até cinco vezes. Sylvia ressalta que outro meio de incidência destes tumores está na infecção pelo vírus HPV (vírus do papiloma humano), especialmente o tipo 16, fortemente associado ao câncer de orofaringe, considerado um dos mais agressivos. 

“No Brasil, o câncer de cabeça e pescoço está entre os mais comuns, especialmente entre homens. No mundo, a incidência varia, mas há uma preocupação crescente com o aumento dos casos associados ao HPV, especialmente em países desenvolvidos. A tendência é de aumento da incidência devido ao envelhecimento da população e à persistência dos fatores de risco, como o uso de tabaco”, diz a professora, que também cita como causas a exposição à substâncias cancerígenas (como amianto e poeiras industriais), a má higiene oral, o uso de próteses mal ajustadas, fatores genéticos e predisposição familiar. 

Além do câncer de orofaringe (região entre a boca e a garganta, onde ficam o palato mole e úvula, as amígdalas e base da língua), outro considerado mais agressivo é o de hipofaringe (entrada do esôfago). Ambos são assim classificados, de acordo com Sylvia, devido à localização e à dificuldade de detecção precoce. Por outro lado, os tipos menos agressivos, que têm as melhores taxas de sobrevivência e tendem a ser menos agressivos quando diagnosticados precocemente, são os de cavidade oral (que inclui a boca, os dentes, a língua e os revestimentos internos de lábios e bochechas. O tratamento desses cânceres varia conforme o tipo e estágio de cada tumor, mas inclui medidas como cirurgia de remoção do tumor, e medicações que destroem as células cancerígenas, como radioterapia, quimioterapia, terapia alvo e imunoterapia.

Prevenção

As medidas de prevenção mais indicadas pelos médicos para prevenir o câncer de cabeça e pescoço passam por medidas como evitar o uso do tabaco e do álcool, tomar a vacina contra o HPV, cuidar da higiene oral e saúde bucal, e usar a proteção adequada ao trabalhar com substâncias cancerígenas, além de realizar os exames regulares e se atentar a sinais e sintomas precoces, como feridas na boca que não cicatrizam.

Sylvia Gurgel considera que a campanha Julho Verde é uma iniciativa crucial para aumentar a conscientização sobre os cânceres de cabeça e pescoço, incentivar o diagnóstico precoce e o tratamento adequado, promover a prevenção através da educação sobre fatores de risco, reduzir a mortalidade e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. “Através da informação e da conscientização, a campanha busca reduzir a incidência e a mortalidade desses tipos de câncer, promovendo hábitos de vida mais saudáveis e incentivando a busca por atendimento médico precoce”, ressalta. 

com informações do Ministério da Saúde

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