O contato com pessoas e instituições de outros países, mesmo feitos à distância, rende uma infinidade de frutos e aprendizados que geram frutos positivos ao longo da carreira profissional e da vida acadêmica. Isto é o que vem acontecendo, por exemplo, com o fisioterapeuta Davi Santana Sousa, egresso do curso de Fisioterapia da Universidade Tiradentes (Unit) e atual gerente da Unidade de Saúde da Família (USF) João Cardoso Nascimento Júnior, no bairro José Conrado de Araújo, em Aracaju. Ao seu extenso currículo, ele agregou uma experiência de internacionalização que viveu entre janeiro e junho de 2021, em plena pandemia da Covid-19: uma mobilidade acadêmica virtual na Universidad Popular Autónoma del Estado de Puebla (Upaep), em Puebla, no México.
A oportunidade surgiu no final de 2019, através do Programa de Bolsas Ibero-Americanas, promovido pelo Santander Universidades para integrar estudantes de países da América Latina, da Espanha e de Portugal. Ele conta que soube do programa ao ler o edital do programa no portal da Unit e se interessou. Davi conta que chegou a levar um susto no que diz respeito ao prazo, que quase lhe fez perder a inscrição. “Quando o vi, faltavam semanas para o fechamento das inscrições, ou seja, não tive tempo hábil para um preparo adequado. Então, tive que contar com as atividades de carreira acadêmica que já desenvolvia durante a minha graduação na Unit”, lembra.
Entre as atividades que pôde apresentar, estão participações no Projeto Mentoria, como monitor voluntário da disciplina Recursos Terapêuticos Manuais, em pesquisas de iniciação científica e em projetos de extensão na Maternidade Nossa Senhora de Lourdes, além da coordenação geral do Centro Acadêmico de Fisioterapia (Cafisio) e das presidências das ligas acadêmicas de Fisioterapia em Saúde da Criança (Lafisc), de Fisioterapia Dermatofuncional (Lafdef) e de Estudos e Pesquisa em Práticas de Fisioterapia (Lapefis). “A Unit foi essencial para o meu crescimento pessoal e profissional. Graças às oportunidades que tive anteriormente, pude ser contemplado no edital”, destaca Davi.
Inicialmente, ele faria a mobilidade presencialmente no Instituto Politécnico de Coimbra, em Portugal. No entanto, em março de 2020, veio a pandemia e as fronteiras dos países foram fechadas em todo o mundo, como forma de evitar a contaminação pelo coronavírus. Para manter o intercâmbio de pé, mas adaptar-se à realidade do momento, a Gerência de Relações Internacionais da Unit intercedeu junto às instituições parceiras e conseguiu que os programas de internacionalização acontecessem virtualmente, com aulas remotas ministradas mesmo com o curso em andamento no Brasil.
“Com os fechamentos de fronteiras, a Unit se prontificou em procurar soluções para que eu pudesse aproveitar a experiência e vivenciar de alguma forma a prática do intercâmbio. Assim, durante as buscas, foi identificado que a Upaep me receberia mesmo naquele momento de crise. Após o agravamento da pandemia, a própria universidade propôs a internacionalização de forma remota”, conta o egresso, que abraçou a oportunidade e passou seis meses em contato com a instituição mexicana, cursando disciplinas como Saúde Pública e Epidemiologia, Inteligência Competitiva e Espanhol Intermediário.
Para Davi, a experiência lhe ensinou a fortalecer sua inteligência emocional, pois na época ele fazia um estágio de práticas clínicas e ainda teve que lidar com o momento da pandemia e com questões particulares na família. “Eu necessitava atender as demandas educacionais e corresponder a proposta de ensino-aprendizagem da Upaep. Lidar com essas demandas na época trouxeram a expertise necessária para não declinar nas demandas problemáticas que, por hora, surgem”, diz ele, acrescentando que a mobilidade “foi muito legal e oportuna”, mesmo sendo remota. “A troca cultural e a relação de equipe ainda assim foi proveitosa, seja nas atividades em grupo, seja durante os debates em sala de aula. A correlação com os professores de distintas áreas, já que tive a oportunidade de pegar disciplinas com as turmas de Administração e Medicina, foi muito proveitosa e agregou conhecimento e habilidades que hoje refletem no meu dia-a-dia laboral”, relata.
Voos mais altos
Davi Santana concluiu a graduação na Unit em 2021-1, assim que terminou a mobilidade. Em seguida, passou a fazer vários cursos de especialização em outras instituições. “A mobilidade acadêmica me estimulou a continuar buscando o melhor para meu futuro, mostrando que eu posso superar os desafios que me são ofertados. Dessa forma, contribuindo para gestão de tempo e de pessoas, fatores essenciais para manutenção dos meus serviços. Já em relação a carreira acadêmica propriamente dita, o intercâmbio foi um fator essencial para busca e conquista de passos importantes”, define ele, referindo-se aos rumos que tomou tanto na carreira profissional quanto na acadêmica.
Além de quatro especializações, o egresso fez um mestrado em Biotecnologia pela Universidade Federal de Sergipe (UFS), iniciado em 2022 e já concluído. Hoje, ele está no início do doutorado em Biotecnologia pelo programa de pós-graduação da Rede Nordeste de Biotecnologia (Renorbio), que integra instituições de todo o Nordeste (incluindo UFS e Unit). Ao mesmo tempo, atua como professor em centros universitários de Itabaiana, no agreste do estado, e assumiu recentemente a gerência da USF João Cardoso Nascimento Júnior, onde lidera uma equipe com aproximadamente 50 colaboradores.
O próprio egresso garante que toda essa experiência, e com o impulso do que viveu durante o intercâmbio, irá cada vez mais longe. “Meu projeto base é me aperfeiçoar cada vez mais na gestão de pessoas, com ênfase nos pilares aprendidos na disciplina de inteligência competitiva cursada durante o intercâmbio. Assim como vivenciar novas experiências no doutorado e na carreira acadêmica, bem como na pesquisa científica e nas novas descobertas. Mas não para por aí, sempre temos projetos guardados e que são buscados. Algo que aprendi no intercâmbio é que não há fronteiras para as descobertas e conquistas”, conclui Davi.
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