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Mulheres na ciência: luta por equidade vai além de datas comemorativas

Dados alarmantes revelam a disparidade de gênero na ciência, entretanto, a Unit se destaca impulsionando as mulheres rumo ao topo da pesquisa científica

às 20h44
As mulheres representam apenas 37% dos profissionais com doutorado em STEM (Foto: Canaltech)
As mulheres representam apenas 37% dos profissionais com doutorado em STEM (Foto: Canaltech)
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Embora as mulheres componham a maioria da população brasileira, elas ainda são sub-representadas na ciência, especialmente nas áreas exatas. Segundo dados da UNESCO, apenas 28% dos pesquisadores em todo o mundo são mulheres, e esse número cai para 13% nas áreas de Ciência da Computação e Matemática. No Brasil, a situação não é diferente: as mulheres representam apenas 37% dos profissionais com doutorado em STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática).

Mas por que essa disparidade ainda existe?

A coordenadora do Programa de Mestrado e Doutorado em Direitos Humanos da Universidade Tiradentes (Unit), Professora Grasielle Vieira, explica que a desigualdade de gênero se manifesta desde a infância, com as meninas sendo socializadas para assumirem responsabilidades domésticas e cuidar dos outros, enquanto os meninos são incentivados a se interessar por ciência e tecnologia. 

“Há uma lacuna na participação de meninas como protagonistas de pesquisas científicas se incluirmos o recorte de classe, raça e etnia, considerando a desigualdade social, econômica e de gênero. As meninas sofrem com a desigualdade de gênero, econômica e social nos seus lares, já que se responsabilizam pelas rotinas domésticas das casas e isso repercute no acesso à educação, lazer, esportes, etc. Sem falar na gravidez precoce e tantas outras violências visíveis e invisíveis”, ressalta. 

Essa divisão de papéis reforça estereótipos e limita as aspirações das meninas, impactando suas escolhas profissionais. “Discute-se também para aquelas que têm acesso às pesquisas Científicas, as áreas de atuação, já que desde cedo, a sociedade patriarcal e machista define os estereótipos de gênero e quais brinquedos, papéis sociais, que são de meninas e meninos, podendo repercutir no futuro, nas áreas de pesquisas e atuação profissional”, complementa.

Neste contexto, Grasielle constata que nas exatas ainda é um desafio ter meninas/mulheres pesquisando, mas, que esse fator, não impede que haja um movimento de conscientização e estímulo para melhorar esses índices. “Apesar de serem maioria na população brasileira e na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), por exemplo, as mulheres ainda são minoria na gestão dos Programas de mestrado e doutorado em Direito. E também entre as aprovadas nas bolsas de produtividade nos Editais de fomento na área do Direito”, diz.

A mestranda em Direitos Humanos da Unit, Juliana Azevedo complementa, mencionando que a participação das mulheres em áreas científicas é crucial não apenas para a promoção da igualdade, mas também para o progresso e a inovação. “Essas desigualdades precisam ser reconhecidas e sanadas para que efetivamente exista igualdade de oportunidades para meninas e mulheres”, reforça.

O papel da Unit

Diante desse cenário, o Programa de Pós-graduação de Mestrado e Doutorado em Direitos Humanos (PPGD) da Unit tem desempenhado um papel fundamental. Através de diversas iniciativas, a Universidade busca estimular a participação de meninas e mulheres em áreas tradicionalmente masculinas, promovendo o empoderamento feminino e a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. “O PPGD atua na Linha 1 – direitos humanos na sociedade – promovendo pesquisas, debates, fomento sobre a igualdade de gênero e isso repercute no olhar para a participação das mulheres nos diversos espaços”, elenca.

A Professora destaca ainda que o estímulo à participação das mulheres não se restringe ao ambiente acadêmico, mas também se estende aos grupos de pesquisa nos projetos de Iniciação Científica e nas práticas de extensão. “O próprio PPGD promove debates entre os mestrandos e doutorandos, pertinentes aos direitos humanos das mulheres e a importância do feminismo por meio das disciplinas ministradas por uma equipe competente. Ademais, o estímulo também é notável por intermédio das discussões entre mestrandos e graduandos nos grupos de pesquisa, como o grupo de Gênero, Família e Violência (cadastrado no CNPq), que coordeno”, pontua Grasielle Vieira.

A luta além das datas

No entanto, a luta pela igualdade de gênero na ciência não se limita a datas específicas. Embora a ONU tenha instituído o Dia Internacional das Mulheres na Ciência, celebrado em 11 de fevereiro, a conscientização sobre esse tema deve ser constante. “É necessário lembrar que a data não é apenas uma celebração das conquistas, mas também uma oportunidade para conscientizar sobre os desafios enfrentados pelas mulheres na ciência e na sociedade como um todo”, ressalta Juliana Azevedo.

E no mês que celebra o Dia Internacional da Mulher, é fundamental lembrar que a data vai além de homenagens, sendo um momento para refletir sobre os avanços alcançados e os desafios que ainda persistem. “O Dia Internacional das Mulheres não é uma data voltada para comemoração, mas sim para conscientização dos desafios e violências enfrentadas”, destaca Grasielle. “É uma oportunidade para encorajar e empoderar as mulheres e meninas, promovendo discussões e divulgando informações úteis no enfrentamento à violência de gênero”, conclui Juliana.

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