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Os riscos do uso excessivo das tecnologias

Estuda, trabalha e passa horas ligado ao celular? Especialista alerta para cuidados que as pessoas devem ter quanto à utilização de equipamentos tecnológicos, principalmente crianças

às 14h17
Imagem: Freepik
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Já parou para pensar quantas horas por dia você se dedica ao computador, celular, notebooks e outros aparelhos tecnológicos? Três, quatro ou cinco horas? Cada vez mais as pessoas utilizam os celulares para conversar com os amigos, estudar, trocar likes e informações. Mas o uso excessivo das tecnologias pode trazer alguns riscos, principalmente à vida social. Qual o momento em que você tem que começar a se preocupar? 

Para os pesquisadores do comportamento humano, a utilização excessiva de equipamentos tecnológicos pode distanciar as pessoas do mundo real. Com a internet, estar on-line o tempo todo faz parte de um ambiente virtual onde a interação é marcada pelos diversos aplicativos.

No último levantamento divulgado, no final do ano passado, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e realizado no quarto trimestre de 2017, o percentual de domicílios que utilizavam a Internet subiu de 69,3% para 74,9%, de 2016 para 2017. De um ano para o outro, o percentual de pessoas que acessaram à Internet por meio do celular aumentou de 94,6% para 97,0%. A pesquisa faz parte das coletas da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD).

“Observamos que dois fatores alteram o comportamento humano, que são o modelo econômico e o avanço tecnológico. De fato, hoje em dia precisamos da tecnologia mais do que antes, e a forma como nos comunicamos não deixa de ser a expressão daquilo que a gente é. A internet é uma porta aberta e as pessoas acabam se expondo e utilizando sem controle. E tudo que for excessivo é prejudicial”, comenta a psicóloga e psicanalista da Associação Psicanalítica Internacional Petruska Passos. A especialista é professora preceptora do curso de Psicologia da Universidade Tiradentes. 

“O que encontramos primeiramente é aquilo que é mais desarmônico dentro das pessoas, que é a dificuldade de lidar com si e, por isso, uma fuga para o universo virtual. Este é um cuidado que devemos ter em um espaço desconhecido. Tudo é uma questão de harmonia e equilíbrio”, acrescenta a especialista.

Segundo o levantamento do IBGE, o “envio ou recebimento de mensagens de texto, voz ou imagens por aplicativos diferentes de e-mail” foi indicado por 95,5% dos usuários como a finalidade de acesso à rede. Em 2016, esse percentual era de 94,2%. A finalidade “conversar por chamada de voz ou vídeo” foi a que apresentou o maior aumento de 2016 (73,3%) para 2017 (83,8%).

“As pessoas estão passando mais tempo on-line, o importante é saber o que está sendo feito. Precisa entender se isso é realmente um aprofundamento de si ou uma fuga. O tempo é relativo e significativo”, frisa a psicóloga.

A atenção merece ser redobrada quando o uso dessas tecnologias é voltado para o público infanto-juvenil. O uso de aparelhos tecnológicos por crianças e jovens vem crescendo cada vez mais. Dados do IBGE revelam que a parcela da população de 10 anos ou mais que tinha celular para uso pessoal passou de 77,1% (2016) para 78,2% (2017). É importante que os pais estejam mais atentos quanto ao tempo gasto em frente aos celulares e regular o acesso à internet. 

“A preocupação é consequência de um modelo que é fundamental e começa na família. Não é uma questão de buscar culpado, mas hoje o mercado de trabalho exige mais dos pais e faz com que o tempo que pudessem gastar na educação dos seus filhos seja direcionado para o uso de aparelhos tecnológicos. Essa falta de construção na infância traz como consequência uma dificuldade de se relacionar e isso é expresso na internet”, enfatiza a Petruska.

E que tal utilizar a tecnologia a seu favor? Para os pesquisadores, as crianças também precisam de estimulação e recursos da internet favorecendo o desenvolvimento da memória e promovendo mais interação. “Existem aplicativos e atividades na internet que você desenvolve e potencializa mais o desenvolvimento infantil. Tem avanços significativos que auxiliam muito no tratamento das pessoas”, finaliza a psicanalista.

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