Iniciado em 2015, o projeto Sorrindo para a Vida, da Universidade Tiradentes (Unit), atende gratuitamente crianças com microcefalia. A iniciativa tem como objetivo acompanhar o crescimento e desenvolvimento de crianças com microcefalia, especialmente quanto à saúde bucal, identificando e tratando precocemente possíveis alterações.
O projeto, criado após o surto de Zika Vírus no Brasil, agora é referência em Sergipe, Bahia e Alagoas. “O projeto é de grande importância, pois nos permite acompanhar de perto os cuidados com a saúde bucal da criança e, consequentemente, oferecer uma atenção de forma geral, pois a saúde começa pela boca”, declara a odontopediatra e uma das responsáveis pelo projeto, professora Aline Soares.
“Os atendimentos variam de acordo com a necessidade de cada criança. Alguns retornam mensalmente, outros a cada dois, quatro ou seis meses. Mas as famílias continuam sendo assistidas de forma multidisciplinar, participando de palestras e dinâmicas, promovidas pelo projeto em parceria com outras áreas da saúde. ”, acrescenta.
A docente da Unit enfatiza a importância do projeto para a saúde da criança com microcefalia. “O projeto é de grande relevância porque nos permite acompanhar de perto os cuidados com a saúde bucal da criança e, consequentemente, de sua saúde geral, pois a saúde começa pela boca. Contamos com o apoio de nutricionistas, fonoaudiólogos, psicólogos, todos empenhados em contribuir para a qualidade de vida dessas crianças e suas famílias”, destaca.
“A importância social é muito grande, pois essas crianças carecem de serviço odontológico especializado, já que a maioria vem de famílias de baixa renda e o projeto oferece atendimento gratuito”, complementa a odontopediatra.
Desde o início do projeto, já foram atendidas mais de 50 crianças. Com a pandemia do novo coronavírus, a iniciativa precisou ser suspensa temporariamente.
A coordenadora do projeto destaca, ainda o papel da Odontologia em pacientes com microcefalia. “O cirurgião-dentista deve conhecer as características craniomaxilofaciais desses pacientes, bem como os achados bucais, para promover saúde e qualidade de vida a eles”, salienta. “A prevenção continua sendo o melhor caminho, especialmente em pacientes portadores de algum tipo de deficiência”, finaliza.
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