A Universidade Tiradentes (Unit) promoveu nesta quarta-feira, 29, mais uma edição do Demoday Ideação, que reúne projetos desenvolvidos por estudantes dos cursos da área de Tecnologia da Informação (TI). O evento, realizado em parceria com o Porto Digital, de Recife (PE), entrou em sua terceira edição e apresentou para toda a comunidade acadêmica alguns dos trabalhos realizados pelas equipes formadas por alunos do primeiro período de cada curso. Ao todo foram 10 equipes, chamadas de squads, escolhidas de um total de 32.
Ao longo de um semestre, e com o acompanhamento dos professores de cada curso, eles criaram projetos de aplicativos, programas e sistemas a partir de demandas e problemas reais apresentados tanto pela organização do evento como por empresas parceiras da Unit, entre startups e grandes companhias. Para esta edição, um dos principais temas propostos foi o das mudanças climáticas, buscando objetivos como a minimização de danos ambientais e a prevenção contra desastres naturais.
“A gente veio com um tema totalmente novo, que é como criar soluções através da tecnologia para apoiar a população nesse momento do clima. O tema é bastante pertinente, por causa da catástrofe que nós tivemos recentemente no Rio Grande do Sul. Para eles, foi um grande desafio ser um aluno do primeiro período, que já entra na universidade com o desafio de criar um modelo de negócio através da tecnologia. Então isso tudo é bastante interessante para o aluno recém ingresso na universidade, que está muito focada no mercado de trabalho e está muito antenada com a tecnologia”, diz a gerente do Unit Carreiras, Janaína Machado.
Evoluções mercadológicas e interações com as áreas de saúde também foram temas abordados pelos projetos participantes. Para a professora Elayne Emília Santos Souza, coordenadora das áreas de Exatas e de Humanas da Unit, ter estes temas além da área de Exatas agrega uma formação multidisciplinar para o aluno de TI. “Ele não fica somente focado na sua área de formação, mas faz o seu trabalho voltado para ajudar em outras áreas. A gente entende que a multidisciplinaridade faz com que a gente tenha um melhor progresso, porque você consegue juntar ciências em prol de um único objetivo, que é o melhoramento da nossa comunidade”, diz ela.
Os projetos foram apresentados e avaliados por uma banca de jurados, que apresentaram suas considerações após cada apresentação. Um deles foi o gerente de inovação e produtos do Banese, Daniel Santos, que destacou a importância da parceria com a Unit para a formação de novos profissionais de tecnologia. “Esse projeto faz com que a gente forme profissionais mais qualificados, tentando diminuir esse gap que tem no mercado. A gente tem uma diversidade maior das pessoas que estão trabalhando, migrando para a área de tecnologia, e a gente tem um profissional com uma qualidade melhor, já que ele passa por essa formação que anteriormente não fazia parte da grade dos cursos de graduação. Então, a gente vai ter alunos e profissionais que estão sendo formados com uma maturidade maior do mercado de trabalho”, destacou.
Essa importância também é ressaltada pelo Porto Digital, que já conta com a participação de 600 alunos nos projetos desenvolvidos em parceria com a Unit em Sergipe e em Pernambuco. “O mercado vê esse preparo com excelentes olhos, porque existe uma separação muito grande entre instituição de ensino e mercado de trabalho, sobretudo na área de tecnologia. Aqui na Unit, junto com o Porto Digital, temos colocado o mercado de trabalho para acompanhar, ajudar e formar esses estudantes desde o primeiro período. Então, eles já saem preparados com todas as habilidades e competências técnicas e comportamentais exigidas pelo mercado de trabalho, o que diminui o atrito para o processo de seleção”, afirma a superintendente do Porto Digital, Marcela Valença.
Projetos
Um dos projetos que foram para a final foi o da plataforma Risk Watch, elaborado pelos alunos da Squad 28, que pretende aperfeiçoar os avisos e alertas para riscos de tempestades, alagamentos, deslizamentos, ondas de calor e outros desastres causados pelas mudanças climáticas, indicando medidas preventivas e paliativas. “A gente foi pesquisando, juntando informações, analisando as coisas que acontecem atualmente no nosso país e em todo o mundo. Tivemos que ver bastante coisa nova, coisas que a gente nem tinha pensado, empreender algo diferente, que a gente não aprende na escola… Então a gente aprendeu bastante aqui logo no primeiro período, e foi algo muito bom pra gente”, conta o estudante Matheus de Almeida Andrade, do curso de Ciência da Computação.
Entre os alunos que acompanharam as apresentações, estavam integrantes de equipes que não foram selecionadas para a primeira fase, mas receberam dicas importantes para revisar e aperfeiçoar seus projetos. Foi o caso de Letícia Lima das Virgens, do curso de Sistemas da Informação, cuja Squad 8 desenvolveu um aplicativo para ajudar a reduzir a emissão de lixo nas ruas, através de distribuição de benefícios para catadores de materiais recicláveis que entregassem a coleta em pontos indicados. Ela acredita que a experiência lhe preparou mais para encarar o resto do curso e o mercado de trabalho “Essa experiência é única e viver isso logo no primeiro período é algo fantástico. Fico feliz com essa experiência”, afirmou Letícia, enquanto prestigiava os colegas.
O Demoday também foi prestigiado por alguns pais de alunos, a exemplo de Rosa Caroline Passos, que fez o curso de Ciências Contábeis na Unit em 2002. Ela voltou ao Campus Farolândia para apoiar a filha, Ana Carolina Passos, que começou a fazer Ciência da Computação e tomou gosto pela tecnologia por causa do pai, que já atuava no ramo. “Ela me orgulha sempre, graças a Deus. Sempre muito inteligente e muito esforçada. Eu acompanho minha filha desde pequenininha e vou acompanhar onde ela estiver. Em qualquer lugar do mundo, eu vou estar do lado dela”, diz a mãe.
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