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Setembro Amarelo e saúde mental: “Se precisar, peça ajuda!”

Campanha de prevenção ao suicídio reforça a importância da busca por ajuda especializada em casos de depressão, ansiedade ou outros transtornos de saúde mental

às 13h24
O atendimento especializado, seja com psicólogo ou psiquiatra, é importante para um tratamento eficiente da saúde mental (Alex Green/Pexels)
O atendimento especializado, seja com psicólogo ou psiquiatra, é importante para um tratamento eficiente da saúde mental (Alex Green/Pexels)
A depressão e outros transtornos de saúde mental são as principais causas de suicídio em todo o mundo (Alan Cabello/Pexels)
A Clínica de Psicologia da Unit, no bairro Farolândia, em Aracaju, que mantém um plantão psicológico e outros serviços de atendimento ao público (Asscom Unit)
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“Se precisar, peça ajuda!”. Este é o lema adotado para a edição 2023 da campanha Setembro Amarelo, promovida pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) em parceria com outras instituições e entidades de saúde. A campanha promovida desde 2014 vem se firmando como uma das mais importantes na promoção da saúde mental, a partir de discussões e ações para prevenir o suicídio, que aparece como uma das principais causas de mortes no mundo. A própria Organização Mundial da Saúde (OMS), que contabilizou mais de 700 mil suicídios do tipo no ano de 2019, afirma que este total supera os falecimentos provocados por guerras, homicídios e doenças como malária, câncer de mama e complicações causadas pelo vírus HIV. 

As principais causas de suicídio estão relacionadas a transtornos e problemas de saúde mental, como depressão, ansiedade e dependência química. São questões que se manifestam no paciente através de sinais como desânimo, tristeza, desesperança e comentários velados ou abertos do paciente sobre o desejo de morrer. “A pessoa começa a trazer uma percepção a todos que estão ao seu redor de que viver não vale mais a pena. A gente não tem que colocar de lado essas queixas do paciente. Muitas vezes dizem que ‘quem quer cometer suicidio não fala’. Fala sim. A pessoa dá sinais, e nós é que precisamos estar atentos a esses sinais” orienta o professor César Santiago, da cadeira de psiquiatria do curso de Medicina da Universidade Tiradentes (Unit).

A orientação, nestes casos, é buscar encaminhar essa pessoa para o atendimento de um psiquiatra ou de um psicólogo, que dispõe de conhecimentos e técnicas para identificar o problema de maneira mais precisa e conduzir o paciente a uma melhoria, principalmente através do autoconhecimento. “Na atuação profissional, a gente vai trabalhar com a escuta e com o acolhimento. O psicólogo está aberto a compreender o funcionamento psíquico do paciente, saber o que leva ele a agir, sentir e se comportar daquela forma. Dentro dessa busca ativa, o sujeito vai compreendendo sobre si. A gente vai levar o nosso paciente a se perceber, a se conhecer, e compreender muitas vezes determinados comportamentos”, esclarece a coordenadora da Clínica de Psicologia da Unit, professora Micaely Tavares. 

Santiago reforça a orientação, afirmando que, se alguém passa a viver sofrimento ou desesperança a partir de suas emoções, pode melhorar a partir do devido tratamento correto. “O segredo está aí, e as pessoas, infelizmente, por muito preconceito que existe ainda com a psiquiatria, com a saúde mental, elas não buscam. Às vezes, também no sistema público falta a figura do psiquiatra, a gente é uma realidade nacional essa falta desses profissionais na saúde pública… Mas busque ajuda, busque orientação, porque tem tratamento e tem saída para a sua dor”, reitera.

O preconceito citado pelo professor ainda é muito presente em boa parte da população, que ainda costuma associar as questões de saúde mental a loucuras ou comportamentos, manifestando esses estigmas através de comentários equivocados ou depreciativos. “A saúde mental já foi muito olhada com a perspectiva de que, se eu vou ao psiquiatra ou ao psicólogo, é porque eu estou maluco ou estou doido. isso não existe mais. A gente busca o psiquiatra pra não ficar maluco e nem ficar doido. Tem gente ainda com muito medo das medicações, de ficar viciado, dopado, dependente…  Isso não existe. No tratamento feito com especialista, com os devidos critérios, a grande parte dos pacientes vai ter resultados excelentes e vai ter alta”, esclarece César. 

Clínica de Psicologia

O apoio a uma pessoa com a saúde mental abalada pode ser buscado em locais como a Clínica de Psicologia da Unit, que funciona há cerca de 20 anos. A unidade mantém um plantão gratuito, de segunda a sexta-feira, entre 8h e 20h, com atuação dos estudantes de Psicologia e supervisão de professores do curso. “A gente tem os alunos do 9º e 10º período constantemente na clínica para acolher a demanda. Não é uma psicoterapia: é um acolhimento. Tanto que o nome é plantão psicológico. Dentro dele, o aluno está aberto realmente a ouvir e fazer qualquer tipo de encaminhamento, caso seja passível de orientação”, explica a professora Micaely.  

Quanto ao atendimento psicoterápico agendado, as inscrições para o público externo são abertas a cada semestre, nos meses de janeiro e julho. Já para estudantes e colaboradores da Unit, as inscrições podem ser feitas a qualquer momento. A inscrição para atendimento é confirmada mediante o pagamento de uma tarifa social por mês – com possibilidade de isenção a quem não tiver condições de pagar.  

A Clínica de Psicologia fica na Avenida Murilo Dantas, 54, bairro Farolândia, Aracaju (SE). O interessado pode comparecer pessoalmente ou entrar em contato pelo telefone 3218-2213 ou pelo WhatsApp (79) 98107-9590. 

com informações da ABP

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