Pessoas com deficiência estão ganhando mais chances de levar uma vida mais fácil e independente, com autonomia e socialmente incluídas. Isso é possível graças às Tecnologias Assistivas (TA), um conjunto de recursos utilizados para ajudá-las com suas habilidades funcionais.
O Comitê de Ajudas Técnicas (CAT), instituído em novembro de 2006 pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos, define a tecnologia assistiva como “área do conhecimento, de característica interdisciplinar, que engloba produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivam promover a funcionalidade, relacionada à atividade e participação de pessoas com deficiência, incapacidades ou mobilidade reduzida, visando sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social”.
“Buscamos o desenvolvimento de diversos recursos visando realmente assistir às pessoas, sejam elas com Necessidades Especiais ou não. Garantindo não somente seu acesso à utilização de ambientes virtuais, mas também à participação em atividades, de modo a torná-las independentes e incluindo-as socialmente”, complementa o professor Isaac Nunes de Oliveira, coordenador pedagógico dos cursos de Tecnologia do Centro Universitário Tiradentes (Unit Alagoas).
São tecnologias que facilitam processos e possibilitam amplo acesso a produtos e serviços. “Para as pessoas sem deficiência, a tecnologia torna as coisas mais fáceis. Para as pessoas com deficiência, a tecnologia torna as coisas possíveis”, diz uma célebre frase da especialista norte-americana Mary Pat Rabanaugh, que foi diretora de um centro de apoio da multinacional IBM para pessoas com deficiência.
Onde estão as TAs
Presentes em todos os lugares, desde a comunicação até a área médica, as tecnologias assistivas podem auxiliar várias pessoas e estão incorporadas até mesmo em dispositivos acessados pela maioria das pessoas. Um exemplo dado por Isaac são os sites que oferecem recursos de alto contraste ou aumento do tamanho da fonte, para pessoas com baixa visão. Para as pessoas cegas, esses sites também trazem aplicativos que lêem o que está na tela e as orientam a usar o computador. E para as surdas, outros aplicativos interpretam as informações na Linguagem Brasileira de Sinais (Libras).
A educação das pessoas com deficiência é um dos setores mais beneficiados pelo desenvolvimento e emprego das TAs. De acordo com Isaac, “objetivam a participação dos estudantes com alguma deficiência nas diversas atividades escolares para que tenham a oportunidade de desenvolver suas atividades dentro do processo de ensino-aprendizagem”.
Além de softwares e computadores, esses recursos podem ser equipamentos que garantem mobilidade e agilidade em pessoas com dificuldades de locomoção, além de relógios, teclados, livros em braile e outros objetos adaptados para necessidades específicas. E nos últimos tempos, a Inteligência Artificial vem otimizando ainda mais esse auxílio. “Hoje, a inteligência artificial utilizada nas tecnologias assistivas pode servir de auxílio a pessoas com deficiência, mas também a qualquer pessoa sem necessidades especiais”, disse o professor Isaac, citando os assistentes pessoais que executam tarefas por meio de comandos de voz como Alexa (da Amazon), Cortana (Microsoft), Siri (Apple) e Google Assistente.
Expansão
O setor de TAs apresenta grande expansão, por conta da demanda da população. No último Censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2010, aproximadamente, 24% dos brasileiros declararam ter algum grau de dificuldade física ou ter alguma deficiência intelectual.
O site da Revista Nacional de Reabilitação revelou projeções da empresa Coherent Market Insights, segundo as quais o mercado global de tecnologia assistiva alcançará US$ 26 bilhões em investimentos até 2024. Já a Zion Market Research estima que esse volume chegue a US$ 31 bilhões no mesmo ano.
Asscom | Grupo Tiradentes