O diretor de Inteligência Competitiva da Unit, professor Domingos Sávio Alcântara Machado, será palestrante da 9ª Jornada de Marketing Educacional do GEduc 2013, durante congresso que ocorre no período de 20 a 22 de março, no Hotel Maksoud Plaza, em São Paulo/SP.
Para o evento que pretende reunir expoentes na área educacional brasileira, o professor Domingos, que também é Presidente da Associação de Gestores de Tecnologia da Informação do Estado de Sergipe, abordará o tema Inteligência Competitiva: como ajudar as instituições de ensino a tomarem decisões estratégicas, publicado no dia 19 de fevereiro no site https://abmeseduca.com/?p=5196
“Nos últimos anos, pudemos acompanhar e identificar mudanças significativas no cenário de ensino superior privado do Brasil: abertura de capital na bolsa de valores; fusões e aquisições; novos entrantes; players internacionais adquirindo instituições no nosso País e uma maior profissionalização do setor”, enfatiza Domingos Sávio.
O que antes parecia um horizonte tranquilo de oportunidades e crescimento para todos, não existe mais. As universidades, centros universitários e faculdades do Brasil, que buscavam apenas a excelência do seu ensino e, algumas delas, da pesquisa e extensão, agora precisam se preocupar e aprender a conviver com a concorrência acirrada, guerra de preços das mensalidades, maior evasão escolar, disputa por professores titulados, controle de custos e busca pelas melhores práticas de gestão.
Saber tomar a decisão correta no momento certo sempre foi primordial para o sucesso ou fracasso de qualquer empresa, basta analisar a história de grandes corporações como a Kodak, Blockbuster, Vasp e Mesbla. Empresas que mesmo dominando o mercado onde atuavam, passaram por enormes dificuldades e algumas deixaram de existir por perceber tardiamente as mudanças que estavam acontecendo à sua volta ou por não terem se movimentado na direção correta.
Um dos casos mais emblemáticos que podemos relatar é o da Kodak, empresa centenária que praticamente detinha o monopólio do mercado e permaneceu 25 anos sem tomar iniciativa da produção e venda da tecnologia de fotos digitais, que ela mesma tinha desenvolvido e acumulado mais de mil patentes, com receio de colocar em xeque seu modelo de negócio daquela época. Com isso, perdeu, de forma categórica, a liderança do setor e aquela decisão contribuiu seriamente para a queda dos resultados econômicos da empresa.
A informação é uma importante aliada dos executivos nas escolhas estratégicas, mas uma pesquisa encomendada no final de 2010 pela Avanade, joint venture entre a Microsoft e Accenture, na qual foram ouvidas 543 companhias em 17 países da América do Norte, Europa e Ásia, revelou que 46% das empresas do mundo tomam decisões erradas porque se apoiam em informações equivocadas, incompletas ou desatualizadas.
Assim tem sido também no cenário educacional brasileiro, mas, felizmente, algumas IES – Instituições de Ensino Superior – já estão se preparando para os desafios da próxima década, começando a se preocupar com temas novos nesse setor como, por exemplo, auditorias externas, Governança Corporativa e Inteligência Competitiva (IC).
Neste artigo, discutiremos um pouco como um departamento de IC pode contribuir para uma IES melhorar e tornar mais ágil o processo de tomada de decisão.
A sobrevivência e o desenvolvimento das empresas requerem uma capacidade de reagir rápido às mudanças e de prever futuras tendências do mercado para antecipar suas estratégias. Neste cenário, o departamento de IC procura fornecer informações precisas, amplas e relacionadas com o negócio, além de ter a possibilidade de construir cenários que busquem ajudar os gestores a terem uma visão mais próxima possível do futuro, com o menor grau de incerteza e risco.
A Inteligência Competitiva usa um conjunto sistemático e ético de processos e ferramentas que são responsáveis por selecionar, interpretar, disseminar e gerenciar as informações externas/internas que serão utilizadas no processo de tomada de decisão.
A IC em uma instituição de ensino pode ser utilizada para:
- Monitorar e antecipar movimentos de outras IES;
- Perceber e informar iniciativas de fusões e aquisições;
- Visualizar oportunidades para construção de novos negócios ou aperfeiçoamento dos atuais;
- Suprir o departamento de vendas com informações que possam melhorar o seu desempenho;
- Identificar mudanças tecnológicas ou macroeconômicas de impacto ao seu negócio;
- Monitorar ações regulatórias do MEC.
Além dessas funções, alguns departamentos de IC trabalham com o planejamento estratégico, gestão da inovação, elaboração de painéis chamados de dashboards com indicadores de resultados da empresa, entre outras.
Para obter tais informações, os analistas de IC utilizam pesquisas quantitativas e qualitativas com intervenientes relacionados com mercado alvo, consultam bases de dados externa como: o censo do Inep/MEC, dados do IBGE e Firjan, avaliam resultados do Enade, compram análises de mercado realizadas por terceiros, contratam especialistas para falar sobre um determinado assunto/tendência e diversas outras fontes.
É preciso ter colaboradores que olhem de “fora” os processos e que se dediquem a acompanhar as ações dos diversos atores externos (concorrentes, fornecedores, governo, MEC, mercado etc.) para que possam analisar e propor modelos novos de negócios ou apresentar soluções inovadoras que estejam tendo resultados positivos em outras IES. A IC deve se preocupar em minimizar a miopia corporativa e competitiva da instituição, fazendo enxergar a situação real dos fatos.
Por fim, não queremos que as instituições de ensino deixem de dedicar tempo, esforço e recursos aos processos acadêmicos. Pelo contrário, imaginamos que os próximos anos serão marcados pela busca crescente da qualidade de seus cursos.
Não acreditamos que existirá margem para uma queda ainda maior dos preços e com isso o processo de escolha por uma IES particular, por parte dos alunos, se dará não apenas pela conveniência ou preço, mas pela percepção de qualidade e pelos outros benefícios que essa instituição poderá agregar.
De qualquer forma, devemos considerar a Inteligência Competitiva como um moderno e importante meio/suporte de geração de informações que visam antecipar tendências e possíveis caminhos a seguir neste complexo cenário do ensino presencial ou à distância brasileiro.
Sabemos que as ameaças e as oportunidades estarão sempre presentes, mas é preciso perceber as mudanças de cenários, agir mais rápido que seu concorrente, desenvolver o hábito de não decidir sem ter a informação adequada e, principalmente, inovar para que tenhamos sempre um diferencial competitivo que possa ser percebido pelos atuais e novos alunos/clientes.
Aos interessados, as inscrições continuam abertas e podem ser feitas através do endereço www.humus.com.br/geduc