Daniela Sampaio
(Jornalista / Produtora de vídeo EAD)
Mais uma vez a equipe de produção audiovisual da Universidade Tiradentes pegou a estrada para concretizar um projeto de vídeo e levar conhecimento de qualidade para os alunos da educação a distância. Desta vez o destino foi o sertão sergipano, com ponto de parada nas cidades de Porto da Folha e na Ilha de São Pedro, em busca da Aldeia dos índios Xokó.
Idealizado pela professora do curso de história EAD Valéria Oliveira, o documentário intitulado de “Índios e missionários no sertão sergipano”, busca relatar através de depoimentos, fatos importantes que contribuíram para os aldeamentos indígenas decorrentes das missões religiosas.
Frei Enoque, que participou da luta dos Xokó, recebeu a equipe da Unit, na casa dele, em Porto da Folha. Para o Frei, esse tipo de projeto é importante para os acadêmicos porque assim pode-se perceber o que uma civilização pode fazer com a outra quando trata-se de tentar impor uma verdade. “Os índios Xokó são vítimas de todo um projeto de cultura onde se acreditava que o branco era melhor”, explica.
Produção
A equipe composta por sete profissionais teve um auxílio muito especial. O ex- cacique Apolônio Xokó fez questão de ser o guia durante os dois dias de filmagens e entrevistas. “Se esquecer do passado você deixa de existir. O povo Xokó está vivo porque sempre se lembrou do passado, e o passado é o presente e o presente é o futuro”, ressalta Apolônio.
O Cacique Bá se mostrou satisfeito com a proposta do documentário. Segundo ele, esse tipo de trabalho contribui para que a história dos Xokó não seja esquecida. “Já pensou se num futuro, nossos jovens deixarem de usar o cocar, de dançar o Toré? Esse vídeo servirá no mínimo para despertar esses jovens e fazê-los repensar sua cultura”, explica.
Para a professora Valéria Oliveira, a experiência vivida na tribo superou as expectativas. “Foi possível observar e pensar em muitos aspectos relacionados à vida que envolve respeito, alteridade e reflexão diante de uma sociedade em que se convive com tantos preconceitos”, avalia.