Para se ter ideia da expressividade, ontem, 11, no quarto dia de evento, foi registrado mais de quatro mil pessoas na exposição na capital sergipana que segue até o dia 9 de março. A expectativa é que no mínimo 45 mil pessoas sejam atraídas.
Na exposição é possível desbravar por curiosidades dispostas pelas cortinas que decoram o ambiente amplo e misterioso, assim como o corpo humano. Em cada peça há uma legenda com descrição para o visitante conhecer melhor cada estrutura apresentada e se orientar ao decorrer do evento.
De acordo com o gerente da mostra, Suderlan Gomes, essa é uma das mais vistas em todo planeta com mais de 20 milhões de visitantes. “É uma oportunidade de trazer ao público uma obra de arte diferente: corpos humanos reais, em posições do cotidiano, expostos de uma forma que não assusta, pois não apresentam odor, nem sangue, mas conscientiza por transmitir conhecimento, incentivar a qualidade de vida e ainda é interativa. No decorrer da visita, o visitante ainda pode aprender mais sobre o corpo humano com acadêmicos da saúde que são pessoas aptas para aprofundar o conhecimento”, coloca.
Na apresentação para convidados e imprensa, o professor de anatomia do curso de Medicina, José Aderval Aragão fez uma breve explanação sobre o curioso universo do corpo humano, como uma forma de ambientação para o evento. Para ele, é de grande importância para Sergipe. “Tira o mito sobre o estudo do corpo humano, pois é apresentado sem odor e sem risco de contaminação. Para nós que somos da educação, poder lecionar anatomia com um material desse e incentivar para que no futuro tenhamos mais material como esse nos laboratórios das universidades para fins acadêmicos, é um ganho muito grande para o estudante e para a população leiga que fica mais a vontade com o corpo. É interessante que todos participem e venham conhecer”, avalia.
O gerente do evento explica qual processo que o material passa para permanecer preservado por tanto tempo. “Esses corpos já têm 40 anos e sua técnica de conservação é plastinação. Retira-se a camada gordurosa do corpo para ver a estrutura interna. Posteriormente, é colocado na acetona 100% a fim de desidratar e facilitar a retirada do fluido corporal e, assim, eliminar o odor. Depois disso, banha em um plástico líquido chamado polímero de silicone. Em seguida é colocado em uma câmara a vácuo para que esse último elemento penetre em poro profundo. Dessa forma, a exposição pode ser transportada para todo mundo, preservando o material por muito tempo sem nenhum processo de apodrecimento”, explica Suderlan Gomes.
Gabriela Lins é aluna do 8º período de Medicina e monitora do evento. Ela acredita na troca de experiência como melhor maneira de contribuição. “Está sendo incrível porque aqui a gente consegue propagar muito daquilo que as pessoas deveriam ter um pouco mais de consciência. Muito mais do que a questão anatômica, que é o que a exposição propõe de imediato, no evento temos feito orientação de saúde, cuidados alimentares e afins. Quando os visitantes estão entrosados com a gente e percebem que temos domínio do assunto, sempre recebemos elogios dizendo que estamos bem preparados e isso acaba nos deixando muito felizes de fazer parte da Unit”, afirma.
Para o estudante técnico de alimentos, Carlos Henrique Santos, que visita a exposição calmamente, toda forma de conhecimento é válida. “A professora da minha comunidade sempre incentiva a gente a pesquisar, a ler e aprender mais, para entender melhor a biologia e toda ciência porque é preciso saber o que faz mal ou não nos alimentos”, conta.