O tema Fibrodisplasia Ossificante Progressiva ou simplesmente FOP é abordado pela professora e mestranda em Odontopediatria pela São Leopoldo Mandic, Ana Helena. Segundo a conferencista, trata-se de uma doença rara, que atinge 1:2000 000 000 (1 para cada 2 milhões) de nascimentos vivos. “Existem 800 casos conhecidos no mundo. Não tem raça, padrões de gênero ou etnia. Ocorre uma mutação no gene que é receptor da proteína morfogênica (desenvolvimento/formação) do osso. No indivíduo normal, essa proteína é solicitada nos casos de fraturas ou lesões. Já no paciente com FOP, ocorre espontaneamente, havendo ou não fratura ou lesão. Logo, novas formações ósseas ocorrem sobre o esqueleto normal, atingindo os músculos e tornando os movimentos do corpo impossíveis. É um osso normal, mas na região errada!” salienta a professora.
“Devido à mutação genética, ocorre a transformação do tecido muscular (músculos, tendões, ligamentos) em osso. Chamamos de Formação de Ossificações Ectópicas (fora do seu posicionamento correto). Esses “novos ossos” vão se formando desde a infância e os indivíduos reagem com muita dor e se colocam em posição antálgica (posição adotada por ele para não sentir dor) e se paralisam naquela posição permanentemente”, explica.
Desse modo, na grande maioria dos casos, já na adolescência os pacientes permanecem em cadeiras de rodas ou acamados antes dos seus 30 anos de idade.
A doutora Ana Helena considera como fator extremamente importante no qual deve atuar como profissional, é que todos os pacientes apresentam limitação nos movimentos da abertura de boca. “Isso dificultará a higiene bucal que está intimamente ligada à saúde sistêmica e também a mastigação o que pode levar a desnutrição”, conclui.