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Isolamento social modifica consumo e entretenimento

Houve um crescimento na produção de conteúdos jornalísticos e na busca pela informação

às 23h22
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Com a determinação de isolamento social, plataformas digitais ganham ainda mais espaço no dia a dia das pessoas

Lives, shows, cursos online, vídeo chamada, podcasts, aplicativos de comércio eletrônico e de serviços. São muitos os recursos tecnológicos para facilitar a rotina, diminuir distâncias, desburocratizar serviços. Com a determinação de isolamento social em todo o País por conta da pandemia de coronavírus, as formas de consumo e de entretenimento foram modificadas e esses recursos ganharam ainda mais espaço no dia a dia das pessoas.

Seja para a busca de informações ou para diversão, as redes sociais são plataformas que atraem grande público. Exemplo disso foi a transmissão ao vivo realizada pelo cantor Gustavo Lima. Impossibilitado de realizar shows por conta do risco de aglomeração, o artista fez a live mais assistida de maneira simultânea da história do Youtube com mais de 11 milhões de usuários, sendo 750 mil acessos simultâneos que o fizeram superar os números da cantora Beyoncé, que liderava o ranking mundial no Youtube. Além disso, o show arrecadou doações que ajudarão diversas instituições em diferentes regiões do Brasil.

Professor de Comunicação, Ronaldo Linhares, explica que a forma de consumo de entretenimento foi modificada, gerando práticas de convívio social diferenciadas. “O consumo e o entretenimento mudaram em todas as cidades. Lojas estão fechadas, os espaços de consumo estão fechados, então a forma de entretenimento e de consumo mudou. A meu ver, essa mudança pode gerar, em médio prazo, ações ou práticas de convívio social diferenciadas daquelas que nós vínhamos tendo até então. Com o isolamento, o acesso à internet e à TV tevê foi otimizado não só na busca por informações, mas na substituição do lazer”.

Essa substituição de lazer a que se refere o professor levou operadoras de tv e streaming a liberarem canais fechados, por exemplo. Operadoras de telefonia móvel perceberam oportunidade em meio à pandemia e ampliaram a velocidade da internet fixa e concederam mais dados de acesso à internet móvel. Esta semana, as principais operadoras de telefonia lançaram uma campanha conjunta para incentivar o isolamento social. Entre as ações estão a liberação de conteúdo de TV e internet, bônus de internet no celular e navegação gratuita no app Coronavírus SUS. 

“A meu ver, abre um leque para as empresas que trabalham com lazer e entretenimento digital nos espaços ciber cultura porque esse cliente vai ficar para depois do coronavírus com certeza”.

Outro exemplo de lazer em tempos de confinamento é a videoconferência. Os amigos Vinícius, David e Márcio utilizaram a plataforma Skype para promover o encontro de amigos, suspenso por conta do coronavírus. Por meio da ferramenta, eles e mais 30 amigos substituíram o encontro em um barzinho por uma mesa de conversa virtual.

“Como a recomendação é evitar o contato, demos um jeito de manter a saída semanal. Cada um comprou petisco, bebida e passamos horas conversando pela internet. É uma forma de manter as relações e de relaxar também porque o isolamento nos deixa tensos e preocupados”, afirmou Vinícius.

O isolamento social também modificou a produção e o consumo de notícias. Houve um crescimento na produção de conteúdos jornalísticos e na busca pela informação. De acordo com dados da Secretaria de Comunicação do Estado, em fevereiro deste ano, a Agência Sergipe de Notícias, site oficial do governo, somou  13.528 acessos.

Em março, mês que se confirmou o primeiro caso de Covid-19 em Sergipe, foram registrados 64.932 acessos. Ainda conforme informações da Secretaria, o maior número de visualizações é registrado em assuntos referentes às medidas adotadas pelo Governo para ajudar a população, com destaque para matérias sobre  Decretos estaduais, reportagens com ações econômicas adotadas por Belivaldo, além de grande número de visualizações nos Boletins Epidemiológicos.

“Isso demonstra que as pessoas estão buscando as fontes oficiais para se informar e esclarecer dúvidas. Além disso, comprova o papel importante e social do jornalismo”, disse o chefe de redação da Secom, Eduardo Andrade.

O professor titular do programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Tiradentes, Alexandre Chagas concorda. “É claro que o acesso à informação. O  WhatsApp ganhou um acesso mais denso, as pessoas estão praticamente 24 horas trocando mensagem por meio desse aplicativo. Acredito que um percentual considerável de pessoas que por ventura não assistia ou não consumia tanto informação passou a fazê-lo”.

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