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Higiene e distanciamento devem ser mantidos mesmo após a vacinação

Imunologista e professor da Unit explica que vacinas precisam de um período para que o corpo produza anticorpos suficientes contra vírus e bactérias

às 13h39
Início da aplicação da vacina AstraZeneca/Oxford no Brasil: tempo de “janela imunológica
Início da aplicação da vacina AstraZeneca/Oxford no Brasil: tempo de “janela imunológica" é variável (Peter Ilicciev/Fiocruz)
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Lavar as mãos, usar a máscara e manter o distanciamento social continuam sendo recomendados para todas as pessoas para evitar a contaminação pelo novo coronavírus. A regra vale, inclusive, para os que acabaram de ser vacinados. A orientação dos médicos se baseia no tempo que o organismo leva para começar a produzir os anticorpos. É o que se chama “janela imunológica”, termo que ficou mais conhecido depois da notificação de casos de coronavírus entre pessoas que tomaram a primeira dose da vacina. 

“A janela imunológica é um termo usado para o período que o organismo leva, a partir de uma infecção, para produzir anticorpos contra esse agente infectante e que possam ser detectados por exames de sangue. Geralmente esse período leva algumas semanas, e o paciente, apesar de ter o agente infeccioso presente em seu organismo, apresenta resultados negativos nos testes para detecção de anticorpos contra o agente”, esclarece o professor e imunologista Ricardo Braz da Silva, dos cursos de Saúde da Universidade Tiradentes (unidade Pernambuco).

Ainda de acordo com o médico, não existe um tempo padrão para que os anticorpos comecem a ser produzidos, podendo variar conforme vários fatores. “Essa resposta é individualizada, dependendo da faixa etária, do sistema imunológico e também por uma parte da nossa resposta imune que é determinada por aleatoriedade, pois, além dos anticorpos, o nosso corpo também produz resposta imune celular, essa resposta depende das células T, que são os linfócitos”, acrescentou. O intervalo entre as doses da vacina também é um fator. Entre as vacinas já autorizadas para aplicação, o tempo médio exigido entre a primeira e a segunda dose varia de 21 dias a até 12 semanas.

Por conta deste tempo da “janela imunológica”, é possível que uma pessoa seja contaminada e desenvolva uma doença no intervalo entre uma dose e outra de vacina, como aconteceu em casos recentes de reinfecção. Para Ricardo Braz, “respeitar o prazo das janelas imunológicas é importante para que o sistema imunológico já tenha produzido todas as formas de combate à doença, que são as respostas humorais e celulares”. 

Os estudos relacionados às vacinas apontam ainda que elas praticamente eliminam os riscos de desenvolver a forma mais grave do coronavírus, mas não totalmente o desenvolvimento de casos leves e assintomáticos. A eficácia global da Coronavac, produzida localmente pelo Instituto Butantan, é de 50,38%, mas atingiu 78% para casos leves e 100% para casos graves e moderados. Já a ‘Vacina de Oxford’, que é fabricada no Brasil pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), alcançou a eficácia média de 70,4%.

Por essas razões, o imunologista frisa que as medidas preventivas devem ser mantidas. “Os protocolos de distanciamento social, uso de máscara e higiene das mãos são necessários até que grande parte da população seja vacinada, pois mesmo vacinado, continuamos sendo transportadores do vírus. Lembrando, que determinadas vacinas, mesmo tomando as duas doses, não significa dizer que estamos livres de nos contaminar, mas sim de pegar a forma mais grave da doença”, exorta Ricardo. 

Ascom | Grupo Tiradentes
com informações da CNN Brasil 

 

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