Começou nesta segunda-feira, 12, a campanha nacional de vacinação contra o vírus influenza, causador da gripe. A previsão do Ministério da Saúde é que cerca de 80 milhões de pessoas pertencentes aos grupos prioritários sejam imunizadas até o fim da campanha, em 9 de julho. A meta é vacinar 90% da população considerada mais vulnerável à gripe, em uma campanha que acontece no meio de outra vacinação em andamento e considerada igualmente importante: a contra o coronavírus.
Apesar da coincidência de datas, as funções de cada vacina são diferentes. “A vacina da gripe é composta por vírus inativado, sendo trivalente pois protege contra os três vírus que mais circularam no hemisfério sul em 2019: Influenza A (H1N1), Influenza B e Influenza A (H3N2)”, explica a biomédica Ana Paula Barreto Prata Silva, professora do curso de Biomedicina da Universidade Tiradentes (Unit Sergipe), referindo-se aos principais agentes infecciosos da gripe. Já as outras vacinas aplicadas atualmente (Coronavac, Astrazeneca, Pfizer, Janssen e Sputnik V) atuam exclusivamente contra o coronavírus.
Ainda de acordo com Ana Paula, o Ministério da Saúde recomenda um intervalo de 14 dias entre uma vacina e outra, “devido à falta de estudos investigando os efeitos das interações entre os dois imunizantes”. O tempo também é preconizado para a formação de anticorpos no organismo. Já as pessoas com quadro que sugerem infecção por covid-19 devem adiar a vacinação contra a influenza, aguardando pelo menos quatro semanas após o início dos sintomas, ou quatro semanas após o resultado positivo por PCR em pessoas assintomáticas.
Segundo o Ministério da Saúde, as últimas campanhas de vacinação contra a influenza têm sido bem-sucedidas e ajudaram a reduzir as mortes e complicações da doença em idosos, considerados mais vulneráveis à gripe. A professora de Biomedicina acredita que esse histórico pode ajudar a minimizar a procura de pacientes pelas unidades de saúde, neste que é considerado um dos momentos mais críticos da pandemia. “A vacina contra influenza não tem eficácia contra o coronavírus, porém, neste momento, irá auxiliar os profissionais de saúde na exclusão do diagnóstico para coronavírus, já que os sintomas são parecidos. E ainda ajuda a reduzir a procura por serviços de saúde por sintomatologia semelhante ao do coronavírus, a exemplo da síndrome respiratória (gripe, febre, tosse, coriza, etc)”, explica.
Os imunizados também devem ainda manter as medidas de prevenção contra o coronavírus, como uso de máscara, distanciamento e higienização das mãos. A qualquer sintoma, a pessoa deve procurar a unidade de saúde. Eles devem ainda ficar atentos às reações mais comuns da vacina da gripe, que são:
- Dor no local da injeção, vermelhidão e endurecimento;
- Febre, mal estar e dor muscular. Caso apresente sinais de infecção no local da aplicação da vacina (vermelhidão, calor, presença de pus e dor);
- Febre acima de 39ºC.
Datas
De acordo com o calendário previsto para a vacinação contra a gripe, a primeira etapa será entre os dias 12 de abril e 10 de maio, com a vacinação das crianças com idade entre 6 meses e 6 anos; gestantes e mulheres no período até 45 dias após o parto (puérperas); povos indígenas e trabalhadores da saúde. Nas outras duas etapas, serão imunizados idosos acima de 60 anos, professores, Forças Armadas, profissionais de segurança pública, salvamento e do sistema penitenciário, população privada de liberdade, pessoas com comorbidades e trabalhadores dos setores de transporte. As datas de vacinação dos grupos prioritários para a gripe foram intercaladas e combinadas para evitar o choque com a vacinação contra a Covid-19.
Asscom | Grupo Tiradentes
com informações da Agência Brasil