Que a pandemia no novo coronavírus estabeleceu o ensino remoto com realidade para ensino público e particular já é fato. Mas os professores estão preparados para lidar com a cultura digital? Para capacitar esses docentes, a professora Mariana Picaro Cerigatto, do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Tiradentes, idealizou um projeto, executado em parceria com a Secretaria de Estado de Educaçao (Seduc) e com coordenação formal da professora Cristiane Porto.
Com objetivo e formar docentes da rede pública na área de Cultura Digital, o Projeto, aprovado pela Fapitec por meio de edital público, reúne documentos referências na área da educação e realiza comparativos com a base dos currículos nacional para montar um programa de formação.
“Essa formação vai se basear nos indicadores desses documentos. Vamos considerar as diretrizes do currículo de Sergipe, que está em elaboração, as novas diretrizes do Ensino Médio. Existem vários projetos de formação docente na área digital, mas vimos que muitos deles têm caráter instrumental, ou seja, o uso da tecnologia como instrumento de transmissão de conteúdo”, afirma.
Ela explica que a Cultura Digital não envolve somente utilizar um jogo na sala aula ou o computador, mas a criticidade.
“Queremos levar um conceito mais amplo, que o professor desenvolva habilidade de criação de conteúdo, que ele utilize a tecnologia de forma criativa para que ele e o aluno sejam protagonistas. Teremos também uma oficina com os professores para mapear dificuldade e limitações sobre o tema”.
A partir dessa oficina, os pesquisadores analisarão os dados para elaborar a proposta de formação com base em indicadores locais e internacionais.
“A gente espera que esse trabalho seja um referencial para promoção de políticas públicas nessa área”.
Iniciação Científica
A pesquisa envolve também os acadêmicos da Universidade Tiradentes, como Thamires Conceição Bispo dos Santos, acadêmica do terceiro período de Comunicação Social com habilitação em Jornalismo. Ela conta o porquê de participar desse projeto.
“Resolvi participar do projeto porque é bom para o currículo, pela experiência profissional, pela curiosidade com o tema e porque a pesquisa científica enriquece muito o conhecimento. Peguei a disciplina ‘Comunicação, Mídia e Cultura Digital e adorei por ser uma temática cada vez mais abrangente e em evidência. A cultura digital precisa ser mais valorizada”.
Questionada sobre a influência desse projeto para a trajetória profissional, Thamires fala sobre o incentivo à criticidade.
“Quando fizemos a pesquisa, percebemos que a maioria das escolas não estimulam criticidade do aluno. É uma lógica baseada no aprender, absorver sem questionar, sem estimular o lado crítico e o diálogo do aluno”.