No mercado de trabalho há muitos que almejam ter uma carreira que lhes permita uma autonomia total, principalmente em aspectos relacionados a contratos, salários e carga de trabalho, sem necessariamente ter patrões ou firmas. Esta figura é a do profissional liberal, sob a qual se abrigam 55 profissões regulamentadas e nas quais estão cerca de 15 milhões de pessoas em todo o país. Os dados são da Confederação Nacional das Profissões Liberais (CNPL), que define os liberais como “trabalhadores que podem exercer com liberdade e autonomia a sua profissão, decorrente de formação técnica ou superior específica, legalmente reconhecida”.
Segundo a gerente do Tiradentes Carreiras, Janaína Machado, tratam-se de “profissionais legalmente habilitados a prestar um serviço de natureza técnico científica”. Entre eles, estão os médicos, advogados, arquitetos, administradores, corretores de imóveis, dentistas, terapeutas e fotógrafos, entre outros. “São considerados profissionais liberais: autônomos e empreendedores que exercem a atividade sem vínculo empregatício e de maneira autônoma, através de nota fiscal, ou seja, são ‘pessoas jurídicas’”, explica ela, referindo-se aos também chamados “PJs”.
Essa característica leva muitos a acreditarem que outros profissionais sem profissão ou formação específica, mas que igualmente trabalham por conta própria, também sejam considerados profissionais liberais. Na prática, são situações diferentes. “A principal característica de um trabalhador autônomo é a ausência de um vínculo com qualquer empresa. Este profissional não precisa de uma qualificação para realizar suas atividades. Assim, independentemente de ter uma formação técnica ou um curso universitário, pode atuar no mercado de forma regular”, diz Janaína, pontuando que os profissionais liberais precisam de uma qualificação técnica.
Na maioria dos casos, o profissional liberal precisa, além da formação superior ou técnica, ser registrado em um conselho de classe ou ordem, como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) ou conselhos regionais como os de Administração (CRA), Medicina (CRM) e Engenharia (Crea). “Ainda que ambos sejam modelos para se exercer uma profissão de forma independente, os autônomos e os liberais contam com distinções na hora de exercer suas atividades, pagar tributos, contribuir para a Previdência Social e até empreender”, justifica a gerente.
Ainda de acordo com Janaína, o ganho salarial do profissional liberal “é relativo e depende de muitas variáveis como mercado, formação, tempo de atuação, etc”. De acordo com o site de empregos Vagas.com.br, o salário médio inicial de um profissional do ramo é de R$ 2.054,00 e pode chegar a até R$ 6.019,00. Isso se considerarmos que as formações mais comuns desses profissionais são as de Graduação em Direito e Engenharia Civil.
Boa parte dessas carreiras vem sendo muito demandada nos últimos anos, sobretudo com a pandemia do novo coronavírus. Outras se mantêm ativas, por conta das demandas geradas pela sociedade por serviços e assistências técnicas qualificadas. “São profissionais que prestam serviços à sociedade apoiando e democratizando a sua mão de obra, gerando recursos para o seu próprio sustento e devolvendo parte desses para a sociedade, através dos seus impostos. Esses profissionais são de extrema importância”, define a gerente do Tiradentes Carreiras.
Asscom | Grupo Tiradentes