Falar sobre a profissão de bibliotecário é algo que envaidece Jadinilson Afonso de Melo. Ele é bibliotecário-chefe do Centro Universitário Tiradentes (Unit Alagoas), e explica que, para ser um profissional da área, é preciso, antes de qualquer coisa, entender que o bibliotecário é um mediador entre o usuário que precisa da informação e o conteúdo informacional propriamente dito.
E, independentemente de qual seja o suporte da informação, ou seja, um livro físico, um e-book, uma plataforma digital ou até mesmo uma informação de algum estudioso da área específica em que o usuário realiza pesquisa, o bibliotecário tem que ser capaz de recuperar essa informação. “Ele precisa facilitar, agilizar, e dar dinamicidade entre o que o usuário quer, precisa e onde está a informação necessária para a conclusão da pesquisa”, destacou.
Para Jadinilson, a melhor parte do exercício desta profissão é quando o trabalho de pesquisar a informação é concluído. “Isso nos causa a sensação de dever cumprido, que é a missão do bibliotecário, de satisfazer o usuário na recuperação da informação”, frisou, ao ressaltar que falar da trajetória dele como bibliotecário o remete aos tempos de escola, quando ainda nem sabia da existência dessa profissão.
Eu sabia que o bibliotecário trabalhava em biblioteca e que geralmente era uma senhora quem estava lá, atendendo ao público. Não sabia que era necessário fazer uma graduação para ser bibliotecário. Tanto que fiz faculdade de jornalismo, mas a biblioteconomia fazia parte desse mesmo grupo. E foi aí que descobri que tinha esse curso como opção para entrar na Universidade Federal. No entanto, eu não conhecia nada do que esse profissional fazia”, disse.
Gostar de ler e escrever foram alguns dos fatores que o ajudaram na escolha da profissão. “Comecei a participar de congressos, viajei para vários estados para fazer apresentações de trabalhos e participar de encontros de bibliotecários. Levamos várias discussões para outros lugares, houve uma imersão dentro da área e fui descobrindo a importância desse profissional”, afirmou Afonso.
De acordo com ele, o bibliotecário é um profissional que, como em outras profissões, tem que estar sempre se atualizando. “Ele não pode estar conformado, tem que estar antenado com a Tecnologia da Informação, conectado tanto com os estudantes, quanto com o Google e buscar saber quais as verdadeiras referências de informações. Ele não pode somente se ater à profissão, tem que ser multidisciplinar, seguro, saber se expressar, falar, gostar de ler e de buscar as informações corretas, além de respeitar o diferente”, frisou.
E, quem pensa que o bibliotecário atua somente em bibliotecas, engana-se. Entre as áreas de atuação estão os arquivos de empresas, jornais, revistas e instituições. “Eu trabalhei no arquivo do Jornal do Commercio, em Recife, recuperando informações para passar para os jornalistas. Sempre que eles precisavam, eu fazia as pesquisas tanto por informações, quanto por fotos e outras mídias. Essa experiência de trabalho me deu uma expertise muito grande. Trabalhei também em ONGs que faziam bibliotecas para crianças pobres, e isso também me deu um outro viés da profissão”, informou.
Asscom | Grupo Tiradentes