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Depois do 11 de Setembro, uma guerra que durou 20 anos

Ataques contra o World Trade Center levaram os Estados Unidos a uma guerra longa contra países acusados de abrigar grupos terroristas

às 13h00
Acampamento do Exército dos EUA no interior do Afeganistão, durante operações de combate ao grupo terrorista Estado Islâmico (Divulgação/US Army)
Acampamento do Exército dos EUA no interior do Afeganistão, durante operações de combate ao grupo terrorista Estado Islâmico (Divulgação/US Army)
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Há exatos 20 anos, em 11 de setembro de 2001, os Estados Unidos foram surpreendidos pelo maior ataque terrorista de sua história, com desdobramentos sentidos até hoje em todo o planeta. Naquela manhã, integrantes da Al Qaeda, organização fundamentalista de orientação islâmica, sequestraram quatro aviões nos aeroportos de Boston, Washington e Newark, em Nova Jersey. Duas dessas aeronaves foram jogadas contra as torres gêmeas do World Trade Center, em Nova York, que incendiaram em seguida e desabaram quase uma hora depois. A terceira explodiu ao se chocar contra o edifício do Pentágono, a sede das Forças Armadas dos EUA, em Washington, e a quarta caiu em um descampado na região de Shanksville, Pensilvânia. Em todos os ataques, mais de 3 mil pessoas morreram. 

As chocantes cenas daquele dia, transmitidas ao vivo para todo o mundo, tiveram um forte impacto na política externa norte-americana e motivaram o país a deflagrar a chamada “Guerra ao Terror”, mobilizando suas tropas para enfrentar a Al-Qaeda e atacar países acusados de abrigar ou dar apoio ao grupo. “Cada país, em cada região, tem uma decisão a tomar, agora. Quem não estiver conosco, estará com os terroristas, e qualquer nação que continue a abrigar ou apoiar o terrorismo será considerado pelos Estados Unidos como um regime hostil”, avisava o então presidente George W. Bush, em discurso ao Congresso do país, nove dias após os atentados. 

O Afeganistão, então governado pelo grupo extremista Talibã, era o país apontado como esconderijo do líder da Al Qaeda, o saudita Osama Bin Laden, e, por isso, foi o primeiro a ser atacado pelas tropas estadunidenses, que ajudaram as forças opositoras locais a derrubarem o Talibã e implantaram um novo governo. A caçada só acabou em 2011, quando Bin Laden foi achado no Paquistão e morto por forças especiais dos EUA. Mesmo após esse fato, os EUA permaneceram no Afeganistão por mais 10 anos.

Aos poucos as tropas americanas foram deixando o país. Em 2020 já havia um acordo para a retirada total, mas o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, advertia que a retirada prematura poderia permitir que o Afeganistão se tornasse um paraíso para terroristas. O cronograma foi mantido pelo presidente Joe Biden. Em 15 de agosto deste ano, forças do Talibã que estavam em outras províncias mais afastadas chegaram à capital, Cabul, e forçaram a queda do governo, voltando a controlar o país e impor regras que limitam bastante os direitos das mulheres. Diplomatas americanos e pessoas que trabalhavam para o governo tiveram que sair do Afeganistão às pressas. 

Além da volta do Talibã, a ocupação estadunidense não foi o suficiente para impedir o surgimento de outros grupos terroristas, como o Estado Islâmico, no próprio Afeganistão e em outros países do Oriente Médio, como a Síria, que entrou em uma guerra civil desde 2011; e o Iraque, segundo país a ser invadido pelos EUA, em 2003, quando o então ditador Saddam Hussein foi deposto. O Iraque tornou-se alvo da “Guerra ao Terror” devido à acusação de produzir armas químicas, o que nunca foi comprovado. E outros países alinhados aos EUA foram alvos de ataques terroristas, como Inglaterra, França e Espanha. 

Passados 20 anos, a “Guerra ao Terror” acabou se transformando nesta sequência de conflitos, que provocaram mais de 900 mil mortes de todos os lados, entre civis, militares e extremistas, e fizeram os EUA gastaram US$ 8 trilhões em recursos públicos, segundo um levantamento divulgado recentemente pela Brown University. E além disso, a sensação de que o mundo não está mais seguro.

Asscom | Grupo Tiradentes
com informações do BandNews TV

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