Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), no Brasil, cerca de 12 mil pessoas tiram a própria vida por ano, totalizando quase 6% da população e de cada dez desses suicídios, nove poderiam ter sido evitados. É por conta deste dado alarmante que estudantes do curso de Psicologia ainda possuem dúvidas extraclasse de como abordar o assunto e tratar um paciente que corre risco dentro da Psicologia Clínica.
Foi para ajudar a sanar esses questionamentos, visando contemplar o plano de engajamento da gestão de aprendizagem, que o Café Psi abordou no seu primeiro encontro, nesta quinta-feira, 30, a temática “Como trabalhar a temática do suicídio dentro da psicologia clínica?”. Com as palestrantes, mestras em Psicologia Social e Preceptoras de estágio do curso de Psicologia da Universidade Tiradentes, Flor Teixeira e Cláudia Mara, o evento teve como principal objetivo abordar o tema, integrando a prática com a teoria, através de relatos e questionamentos dos estudantes.
De acordo com a Professora Cláudia Mara, o suicídio é uma temática que assusta alguns estudantes no príncipio. “ Receber uma demanda como essa não é algo simples. Trabalhar com sucídio precisa ser algo conjunto, atrelando o atendimento junto da escola, família e amigos para prestar apoio ao paciente. Para atendê-lo da melhor forma possível, é necessário uma escuta qualificada, pois, durante o período da pandemia, os pensamentos sobre o tema se intensificaram, por isso precisamos ter uma exigência maior no momento de ouvir com cuidado”.
O cuidado com a saúde mental sem um suporte adequado pode causar conflitos na hora de gerenciar as demandas que causam sofrimento. A maioria das pessoas com ideação suicida emitem sinais de suas intenções, seja por meio de comportamentos ou verbalmente, através de frases semelhantes. Portanto, de acordo com as profissionais, é preciso que o Psicólogo esteja atento ao ouvir essas expressões pode salvar vidas.
Sendo um fenômeno complexo, entender a dinâmica da doença e lidar com a complexidade do paciente para atendimento clínico ainda é uma das principais soluções na hora do atendimento. “Diante da crise, os profissionais devem estabelecer dinâmicas com pessoas de referências. Além disso, é preciso observar os comportamentos de risco, avaliando os pensamentos suicidas e quais são os mais recorrentes no paciente. É muito importante trabalhar em conjunto e entender a faixa etária que estaremos atuando. Falar sobre suicídio não é fácil. O tabu e o medo dificultam a abordagem do assunto, mas a escuta é significativa e pode salvar vidas”, explica Cláudia.
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