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Especialista fala sobre importância da vacinação de crianças contra covid-19

Mais de mil crianças já morreram por conta da doença. A vacinação evita casos graves, óbitos e a transmissão para outras pessoas.

às 14h33
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Desde o começo da pandemia de covid19, em março de 2020, mais de 1440 crianças morreram no Brasil. Outras mais de 2.400 sofreram com a Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P), relacionada à doença. Os dados são da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização da Covid-19 (CTAI-COVID) e apontam para a urgente necessidade da vacinação desta faixa etária. No entanto, muita gente ainda tem dúvidas e medo da vacina.

De acordo com a pediatra e professora do curso de Medicina da Universidade Tiradentes (Unit), Ana Jovina Barreto Bispo, a obrigatoriedade da vacinação por recomendação das autoridades sanitárias é prevista no artigo 14 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). No Brasil, os órgãos reguladores são a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Ministério da Saúde.

“Quando uma vacina é recomendada pelo Plano Nacional de Imunização (PNI) ela torna-se obrigatória. Então, quando os pais deixam de vacinar suas crianças com uma vacina obrigatória, podem ser responsabilizados por negligência ou maus tratos. E a vacina contra covid19 é recomendada por autoridades sanitárias e está incorporada ao PNI. Então, é responsabilidade dos pais vacinarem seus filhos”, disse.

Mas, é comum que os pais tenham receio dos possíveis efeitos colaterais. “A vacina, assim como qualquer medicação que nós tomamos pode, sim, trazer efeitos adversos. Claro que os mais comuns são extremamente leves. Dor e vermelhidão no local da aplicação, dor muscular, febre, falta de apetite, moleza no corpo, náuseas e vômitos. Esses são os efeitos adversos que acontecem com maior frequência”, explicou a pediatra.

Os efeitos adversos mais graves são raros e podem acontecer, por isso é importante que os pais estejam atentos a qualquer sintoma forte. Pesquisas clínicas feitas com a vacina indicaram a possibilidade de inflamação do músculo cardíaco e do coração, entre 15 dias a 3 semanas após a vacinação. “Dor do peito, taquicardia e sudorese, que surjam após a 2ª semana após a aplicação da vacina, os pais devem procurar o pediatra ou serviço de saúde para que faça a notificação e investigação da relação causal da vacina com esses eventos”, afirmou.

“A inflamação do músculo cardíaco é tratável e é muito mais provável que aconteça pela infecção causada pelo coronavírus do que com a vacina. Dos casos detectados, todos foram tratados e as crianças estão bem”, enfatizou Ana Jovina.

Mesmo com as possíveis reações adversas, os problemas da não vacinação podem ser ainda maiores. Mais de mil crianças de até 11 anos já morreram por causa da doença. “O impacto da covid19 na população infanto-juvenil é medido pelas centenas de óbitos, milhares de hospitalizados, síndromes pós-covid, entre elas a Síndrome Inflamatória Multissistêmica Grave, relacionada à infecção pela covid19, mas que ocorre tardiamente, e Síndrome da Covid Longa, uma complicação que pode surgir após a infecção”, ressaltou.

“A vacinação veio para mudar esse quadro. A vacinação vai diminuir a doença na população infantil, além de reduzir a transmissibilidade. Quanto mais gente vacinada menor é a possibilidade daqueles que não podem ser vacinados por alguma contra indicação adquirir a doença porque o vírus vai circular menos na comunidade. O fim da pandemia só vai acontecer quando 90% da população for vacinada. Sabemos que 20% da população brasileira é de crianças e adolescentes. Então, para que a gente atinja essa cobertura vacinal, precisamos, sim, vacinar as crianças”, concluiu a pediatra.

Veja também: Síndrome pós-Covid não deve ser negligenciada pelos pacientes.

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