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A escolha de Gilberto Gil como imortal da Academia Brasileira de Letras

Compositor baiano eleito para a ABL é definido como um “sábio filósofo”, por sua obra musical repleta de reflexões sobre a natureza humana

às 12h00
Aos 80 anos, aclamado pela beleza e profundidade de suas composições, Gilberto Gil toma posse em março como novo imortal da ABL (Fernando Young/Divulgação)
Aos 80 anos, aclamado pela beleza e profundidade de suas composições, Gilberto Gil toma posse em março como novo imortal da ABL (Fernando Young/Divulgação)
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Um filósofo e pensador, que por meio de suas canções promove reflexões profundas a respeito da natureza humana, amor, sobre a vida, o cotidiano das pessoas, ciência e arte. Com todos esses conceitos, a filosofia e a poética das composições de Gilberto Gil validaram a eleição do músico, cantor e compositor baiano à cadeira de número 20 da Academia Brasileira de Letras (ABL), em novembro do ano passado.

A solenidade de posse de Gilberto Gil está marcada para março de 2022, ano em que ele completa 80 anos, desses, 60 dedicados à música. Em todo esse tempo, ele produziu quase 60 discos e em torno de 4 milhões de cópias vendidas, tendo sido premiado com nove Grammy.

A conquista também joga luz sobre a questão cultural a respeito da suposta inferioridade da letra de música sobre a poesia e outros gêneros literários. As composições que fazem sucesso desde os anos 1960, mostram a versatilidade e o vasto conhecimento do músico, cantor e compositor, que de forma inteligente abordava já naquela época temas como a corrida espacial, que aparece em Lunik 9, de 1967, e era cibernética, em músicas como Cérebro eletrônico e Futurível, ambas de 1969. 

O grande talento de Gil como compositor já era admirado por muitos e homenageado até por colegas como Jorge Ben Jor, que em sua música Criola, do mesmo ano, tributou-lhe o seguinte verso: “E como já dizia o poeta Gil, que ‘negra é a soma de todas as cores’, você, criola, é colorida por natureza”. 

Para o ex-presidente da ABL, Marco Lucchesi, Gil é um traço que une o erudito ao popular. “Canta e pensa esse país; provou o exílio, em um momento muito difícil da nação; ocupou cargos importantes, como o Ministério da Cultura. Enfim, é um homem poliédrico, que representa parte essencial desses últimos anos do século 20 e do início do século 21. Portanto, ele é um homem que tem muitos traços de união: a política e a poética; século 20 e século 21; a tropicália e o modernismo. Ele é uma figura de extrema riqueza e, certamente, é muito bem-vindo agora como acadêmico, na casa de Machado de Assis”, disse o acadêmico, após o anúncio da escolha do novo imortal. 

Asscom | Grupo Tiradentes
com informações da Agência Brasil

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