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Fisioterapia neurofuncional: como ela atua no funcionamento do corpo

A fisioterapia neurofuncional pode ser aplicada a pacientes acometidos por disfunções nos sistemas nervoso central e/ou periférico.

às 11h43
Profissionais da área atuam de forma preventiva, curativa, adaptativa ou paliativa (Freepik)
Profissionais da área atuam de forma preventiva, curativa, adaptativa ou paliativa (Freepik)
A professora do curso de Fisioterapia, dos mestrado e doutorado em Saúde e Ambiente da Universidade Tiradentes (Unit) e pesquisadora do Instituto de Tecnologia e Pesquisa (ITP), doutora Edna Aragão.
A professora doutora Camila Gomes Dantas
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Acidentes de carro ou moto, doenças degenerativas ou virais e até mesmo a covid-19 podem causar lesões cerebrais, que implicam na redução das funcionalidades musculares ou nervosas. Mas, com a ajuda da fisioterapia neurofuncional é possível recuperar funções ou atenuar as sequelas deixadas pelo adoecimento do corpo.

De acordo com a professora do curso de Fisioterapia, dos mestrado e doutorado em Saúde e Ambiente da Universidade Tiradentes (Unit) e pesquisadora do Instituto de Tecnologia e Pesquisa (ITP), doutora Edna Aragão, a fisioterapia neurofuncional restabelece as funções dos movimentos de pessoas que sofreram traumas no sistema nervoso central e/ou periférico. 

A fisioterapia neurofuncional se propõe a promover funcionalidade aos indivíduos, permitindo que sejam independentes ou amenizem as suas dependências diante das suas limitações funcionais. Ela se ancora na neuroplasticidade e se aplica aos casos de injúrias, traumas e doenças que envolvem o sistema nervoso, seja central ou periférico”, explica.

Pessoas que tiveram acidente vascular cerebral (AVC), tumores cerebrais, sofreram traumatismos cranioencefálicos, infecções do sistema nervoso como encefalites e meningites, devem ser tratadas pela fisioterapia neurofuncional. Assim como indivíduos com doenças neurodegenerativas, a exemplo do Parkinson e Alzheimer; e as escleroses múltipla e lateral amiotrófica.

Também podem ser tratados os traumas que acometem a médula, causados por acidentes automobilísticos, que gerem limitações nos movimentos, seja paralisia ou fraqueza; movimentos involuntários, alterações do tônus, da tensão muscular como hipertonias, rigidez central ou espasticidade.

“Com nossas técnicas e conhecimentos científicos que aplicamos no manuseio ao paciente, vamos ensinar o indivíduo a trabalhar e ativar o corpo de forma mais adequada e com isso ele ganha mais funcionalidade, que depende do grau de lesão. Pela complexidade de cada caso, os profissionais precisam ser especializados porque não trata somente de fazer um exercício de movimentar um braço ou uma perna, tem todo um olhar específico, pois vai tratar de um indivíduo como um todo”, enfatiza a doutora.

O tempo de tratamento da fisioterapia neurofuncional pode variar em virtude da complexidade dos efeitos e muitos pacientes precisam também utilizar medicações para controlar até mesmo convulsões.

Síndromes pós-covid

A covid-19 se manifesta principalmente como doença respiratória, mas sintomas neurológicos têm sido observados, como a perda do paladar, comprometimento do olfato, cefaléia, vertigem, mialgia difusa e neuralgia.

“As manifestações neurológicas associadas à infecção grave por SARS-CoV-2 variam desde casos de encefalopatia, encefalite e acidente vascular cerebral até o comprometimento do sistema nervoso periférico, a exemplo da síndrome de Guillain-Barré e outras polineuropatias”, explica a professora doutora Camila Gomes Dantas, docente da Unit e pesquisadora do Grupo de Estudo em Fisioterapia (GEFIS).

Para tratar essas sequelas, a doutora enfatiza a importância do procedimento do profissional. “A reabilitação no pós-covid deve considerar os anseios e os objetivos do paciente, suas sequelas e as comorbidades preexistentes. Por meio de uma abordagem baseada em evidências científicas, o tratamento tem o intuito de minimizar as deficiências, com foco na funcionalidade do indivíduo, e recuperar a identidade pessoal e social dos pacientes, visando não somente o bem estar físico, mas também o emocional”, enfatiza.

 

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