Quatro estudantes e pesquisadores do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia Industrial e da graduação em farmácia da Universidade Tiradentes (Unit) e Instituto de Tecnologia e Pesquisa (ITP) estão participando do Desafio Unicamp 2022 – Inova. A equipe foi selecionada para a segunda etapa entre as Top 10 da competição. Nessa etapa, o grupo ganhou uma mentoria internacional e segue para a fase seguinte.
Em cada etapa da competição, os participantes participam de workshop, palestras, mentorias e oficinas a fim de desenvolverem um plano de negócio a partir de uma tecnologia, previamente patenteada pela Inova.
A competição foi criada pela Agência de Inovação da Unicamp e a Fundação Educar com o objetivo ensinar os alunos a empreender a partir de tecnologias criadas dentro da universidade, ou seja, capacita o empreendimento a partir de base tecnológica para a construção de um modelo de negócios para uma startup. O tema deste ano é pautado nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.
Para o coordenador do programa e pesquisador do ITP, Dr. Marcelo Mendonça, é importante incentivar que cada vez mais estudantes participem de eventos como esse, voltados para o empreendedorismo. “Esse ecossistema faz com que os alunos, convivendo no dia a dia dessa atividade de desenvolver um produto, incentivem outros alunos a buscarem se engajar nesse tipo de atividade”, diz. Ele esclarece, também, que por meio de disciplinas como Propriedade Intelectual e Gestão de Negócios Científicos, o programa prepara e motiva os alunos para serem futuros empreendedores.
Os alunos envolvidos fazem parte do Laboratório de Nanotecnologia e Nanomedicina (LNMed), do ITP, sob orientação da professora e pesquisadora Dra. Patrícia Severino. “Os alunos são incentivados a participar de diferentes atividades que envolvam inovação, empreendedorismo e tecnologia. E, dessa forma obter uma bagagem de conhecimento para, no futuro, realizar seu próprio projeto de vida”, afirma a orientadora.
Graduanda em Farmácia, Victoria Louise Santana dos Santos participa do projeto como bolsista de Iniciação Científica. “Tive contato com a ciência assim que entrei na graduação. A professora Patrícia sempre estimulou a gente a participar desses eventos de empreendedorismo. Na graduação, a gente pega disciplina de empreendedorismo também. Então, isso contribui bastante. A Erica e eu já participamos também do Catalisa. Então, quando chegou o Desafio Unicamp a gente já tinha um conhecimento prévio e conseguiu ajudar a equipe com algumas informações”, conta a estudante.
Quem também participa da equipe é a mestranda e farmacêutica egressa da Unit Erika Santos Lisboa. Para ela, uma das grandes vantagens do desafio é a multidisciplinaridade. “Como Victória e eu somos da área de farmácia, então ajudamos nessa parte. Também já tivemos contato com essa parte do uso de polímeros, com os trabalhos que nós já desenvolvemos na Iniciação Científica, Isso auxiliou no desenvolvimento do grupo. A como fazer o grupo ser conectado. Cada um trouxe um ponto e uma visão da sustentabilidade, a tecnologia, a área de farmácia… A gente acabou juntando um pouquinho de cada um e formando a equipe”, destaca.
De acordo com o biotecnologista do time, Venâncio Amaral, que faz seu pós-doutoramento em Biotecnologia Industrial, os desafios deram ao grupo ainda mais vontade de ir em frente. “Nos empenhamos, fomos atrás até os últimos instantes. Foi compensador porque a gente conseguiu algumas realizações, conseguimos trabalhar bem as informações e vimos que não só no contexto da pesquisa, existem resultados que não vão ser tão fáceis de se obter, mas que todo resultado é importante e tem que saber trabalhar isso”, acredita.
“Eu considero extremamente importante o meu conhecimento que cada um traz consigo, não só no contexto de universidade, mas de vivência fora dos que colaboram para todo esse processo. o ponto principal para a gente conseguir esse top 10 foi a união não só de conhecimento, mas da boa vontade de cada um aqui”, afirma o pós-doutorando.
Para a doutoranda do PBI, Erica Tirzah , o desafio é um incentivo ao empreendedorismo e à inovação. “Inicialmente o único contato que eu tive de empreendedorismo foi longe do laboratório. Então, quando eu entrei no programa de biotecnologia industrial eu percebi que eu posso tirar o meu pé da caixinha e que posso também empreender. Para mim é muito gratificante ter essas informações, ter esses desafios, desses programas porque são me instiga mais a pesquisar e querer inovar cada vez mais”, diz.
Desafio Unicamp
O Desafio Unicamp é um evento nacional, no qual alunos de várias instituições participam de uma competição que visa o desenvolvimento de modelos de negócios científicos, baseados em tecnologias da Unicamp.
Na primeira etapa, cerca de 300 grupos foram selecionados e tiveram mentorias coletivas. A patente escolhida pelo grupo da Unit para participar do Desafio Inova Unicamp estudou o desenvolvimento de micropartícula de alginato de sódio e sericina para carreamento de fármaco anti-inflamatório.
O objetivo da tecnologia é reduzir os efeitos colaterais do fármaco ao ser administrado por via oral. O diferencial dessa tecnologia é empregar a sericina, pois é um rejeito da indústria têxtil e de baixo custo que tem ampla aplicação na área farmacêutica. E dessa forma está dentro dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), visando a sustentabilidade.
Leia também: Projeto de Iniciação Científica abordou inseminação artificial