Tão importante quanto buscar se alimentar bem e saciar os respectivos prazeres alimentícios, é se precaver contra as armadilhas que o nosso corpo provoca; muitas vezes despercebidas. A nutricionista e professora da Universidade Tiradentes (Unit), Ana Carolina Barbosa reconhece que não se trata de uma missão fácil de administrar. Ao longo dos anos, com a chegada de plataformas capazes de melhor informar as pessoas, um número representativo de consumidores têm descoberto que sofrem com a redução de lactase.
Presente naturalmente no corpo humano, ela é responsável por fazer a digestão da lactose – açúcar presente no leite -, a fim de possibilitar que seja devidamente absorvida pelo corpo, evitando transtornos digestivos. Em caso de mal estar, diarreia ou mesmo sucessiva desidratação, o procedimento básico a ser adotado é buscar assistência especializada junto a um profissional da nutrição. A desordem intestinal pode estar atrelada a múltiplas questões, a exemplo de heranças genéticas, estado de saúde ou mesmo mudanças climáticas.
Não há fórmula ímpar, capaz de representar de forma unânime todos os consumidores. De acordo com a professora Ana Carolina Barbosa, muitas vezes pessoas da mesma família apresentam características opostas. “Justamente devido a essa diferença entre os organismos, é de extrema importância que em casos de irregularidade intestinal, de saúde, as pessoas busquem um atendimento breve com nutricionistas. O tratamento é individual, criado para corresponder com as particularidades de cada um. Se deparar com intolerância não significa parar de comer derivados do leite”, destacou a professora.
Para além da lactose, há também a intolerância ao glúten – ou sensibilidade ao glúten não celíaca; a intolerância à frutose – açúcar encontrado nas frutas, em alguns legumes e cereais e em produtos industrializados; à sacarose – açúcar de mesa; e aos carboidratos não digeridos, que posteriormente são fermentados pelas bactérias intestinais e que também são conhecidos por fodmap – derivados do leite, frutas, cereais, leguminosas e alguns adoçantes. Apesar de popular, se alimentar não é ‘um bicho de sete cabeças’.
“A gente tem por prática utilizar termos como esses para que um maior número de pessoas possa compreender bem o que estamos dizendo. Ah, eu nunca tive intolerância, e agora eu tenho? Sim, isso pode acontecer com qualquer um”, explicou a professora. Ana Carolina Barbosa esclarece ainda que a redução de lactase pode acontecer, e a pessoa descobrir apenas meses ou anos depois. Essa descoberta posterior está atrelada à quantidade consumida em um só momento.
“Ter tolerância não quer dizer que não podemos nos alimentar de determinado alimento. Vai muito de acordo com a quantidade. O nosso corpo dispõe de um volume máximo, se ultrapassar, a gente sente a desordem. Se o consumo segue abaixo desse limite, bem provavelmente o mal estar pode e deve durar certo tempo para aflorar. Na dúvida, procure um profissional da Nutrição. Prevenção é sempre o melhor caminho”, completou a professora.
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