Mais de 33 milhões de pessoas estão passando fome no Brasil. Em pouco mais de um ano, o número de domicílios com moradores vivendo nessa situação aumentou de 9% para 15,5%. São 14 milhões de pessoas a mais, mantendo uma taxa maior do que a metade da população em insegurança alimentar (58,7%). Os dados são II Inquérito de Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 (Vigisan).
A pandemia de covid-19 e a situação econômica do país acarretou a alta dos preços nos supermercados e o consumidor precisou encontrar formas de reduzir as despesas com alimentação.
Insegurança alimentar é a condição de não ter acesso pleno e permanente a alimentos. Ela é classificada em quatro níveis. No primeiro, não ocorre comprometimento da alimentação. O estágio de segurança alimentar retrata o acesso regular à alimentação de qualidade para todos os integrantes do grupo familiar, residentes na mesma casa.
O segundo grau é a insegurança alimentar leve, caracterizada pela redução no consumo de alimentos e comprometimento da qualidade ou incerteza sobre o acesso à alimentação. Já na insegurança alimentar moderada, a alimentação dos adultos é interrompida, priorizando a das crianças ou membros mais vulneráveis.
A fome representa sua forma mais grave de insegurança alimentar. Nesse caso, a alimentação é suspensa para todos os componentes do grupo familiar, incluindo crianças, por falta de dinheiro para adquirir os itens alimentícios.
Falta de água
A fome vem acompanhada de muitas outras carências, destacadamente a falta de água. A insegurança hídrica, medida pelo fornecimento irregular ou mesmo falta de água potável, atingiu em 2020 40,2% e 38,4% dos domicílios do Nordeste e Norte, respectivamente, percentuais quase três vezes superiores aos das demais regiões.
O abastecimento irregular de água é uma das condições que aumentam a transmissão pessoa a pessoa da Covid-19, ocorrendo com maior frequência em domicílios e regiões mais pobres do país.
A relação entre a insegurança alimentar e a insegurança hídrica é incontestável. Segundo a pesquisa Vigisan, a proporção de domicílios rurais com habitantes em situação de fome dobra quando não há disponibilidade adequada de água para a produção de alimentos (de 21,8% para 44,2%).
Vigisan
Em sua segunda edição, o Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil (II Vigisan) analisa dados coletados entre novembro de 2021 e abril de 2022, a partir da realização de entrevistas em 12.745 domicílios, em áreas urbanas e rurais de 577 municípios, distribuído no 26 estados e Distrito Federal.
Com informações de Uol e Olhe Para a Fome
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