Alunos do 4º período do curso de Gastronomia da Universidade Tiradentes (Unit) estão se formando. Como forma de encerrar o ciclo, nesta quarta-feira, 24, eles participaram da Prova da Saudade. A última avaliação da unidade é voltada à produção de um cardápio de culinária brasileira e memória afetiva, no qual cada estudante convidou um familiar ou amigo para cozinhar junto com ele. Os acompanhantes também degustaram e avaliaram os pratos dos futuros gastrólogos.
“A cozinha brasileira traz muitas memórias afetivas. Então, a proposta foi que a prova funcionasse como fazendo alusão à famosa ‘aula da saudade’ que os formandos têm. Faz parte da avaliação trazer um convidado que também represente essa memória afetiva. São dois anos de curso, quatro semestres, com certeza os pais, os familiares vivenciam um pouco disso. Agora, eles vieram literalmente colocar a mão na massa, para cozinhar e viver uma aula que eles têm no dia a dia”, diz a coordenadora pedagógica do curso, Isabelle Brito.
A construção do cardápio pensado na memória afetiva foi idealizado pelos formandos. Como entrada, eles fizeram pastel de banana real, com açúcar com canela, charque e molho de queijo coalho. Para o prato principal, eles pensaram em um baião de dois, utilizando feijão de corda, vinagrete apimentado e chips de batata doce. E a sobremesa, eles fizeram um bolo gelado de côco com surpresa de uva.
Experiências
Para o formando Sergio Lourenço, o momento é de compartilhar experiências com quem é a sua maior inspiração. “Trabalhar com gastronomia é a realização do sonho. E minha mãe sempre foi uma inspiração durante toda a minha vida. Gosto de cozinhar por conta dela e nada mais justo que ela viesse me ver em ação, trabalhando e produzindo. Cada um trouxe a sua pessoa com quem queria dividir, compartilhar um pouquinho disso. É um dia feliz, é um dia para compartilhar”, destaca.
A mãe de Sérgio, dona Neide Lourenço, foi quem o acompanhou durante a prova. “Não sei fazer tantas coisas especiais, mas gosto de cozinhar e me divertir. Gosto de fazer bolo, frango cozido e suflê de camarão, que eu aprendi com a minha mãe. Mas há coisas que trazem justamente essa memória afetiva e para mim, que nunca participei de um momento como esse, é bem diferente. E estou feliz por ver meu filho realizar um sonho”, conta.
O momento também representou muito para a estudante Laura Santos. “Meu sonho era fazer gastronomia. Eu quase não conseguia entrar no curso e eu poderia cursar fora, mas eu queria fazer na Unit, e enfim consegui a vaga. Agora, poder trazer a minha mãe para vivenciar um pouquinho do que a gente faz com carinho e amor é muito importante, fico muito feliz de tê-la aqui, cozinhando comigo, concretizando meu sonho”, afirma.
Mães e avós
Alegre e engajada, a mãe de Laura, a educadora Olivia Cristina Santos, ajudou a filha na preparação dos pratos. “Para mim é muito gratificante ver a realização dela. Porque mãe estuda junto, sofre junto e mãe sofre junto. Eu sempre disse à minha filha: ‘corra atrás dos seus sonhos e faça o que te faz feliz’, e como educadora, eu também a incentivei. Ela sempre gostou de cozinhar e parecia um ‘pinto no lixo’ na cozinha. Então, fico feliz pela escolha que ela fez e enquanto eu puder ajudar, eu vou estar sempre ao lado dela”, ressalta.
A formanda Maria Eduarda Menezes Vasconcelos escolheu a avó para participar da Prova da Saudade. “A professora Isabelle teve essa ideia maravilhosa de trazer quem a gente tem carinho para estar com a gente. Então, é algo muito bom para o fechamento do curso. Escolhi trazer a minha avó, porque ela foi a principal pessoa que me ajudou a estar aqui, foi ela quem me criou, então, é uma pessoa muito importante na minha vida, minha mãe de fato, então, muito importante ter trazido ela”, declara.
Orgulho
Honrada pelo convite da neta, a avó da estudante, Maria José Menezes de Jesus, participou de cada momento na cozinha junto com a neta. “Estou muito orgulhosa dela, apesar das dificuldades. Mas a gente enfrenta com coragem e cabeça erguida que tudo a gente vence. E o maior sonho meu era ver um filho meu formado. Como eles não me deram essa oportunidade, a formação dele é muito importante para mim. Eu já tenho três netos formados e agora chegou a vez dela”, conclui.
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