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Pesquisa aponta que 73 milhões de brasileiros sofrem com insônia

As causas podem ser desde distúrbios hormonais até o uso recorrente de aparelhos celulares, internet e redes sociais

às 19h26
Imagem: Freepik
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Todo mundo já teve ou vai ter dificuldade para dormir, segundo uma pesquisa publicada pela Associação Brasileira do Sono (ABS) que mostra que 73 milhões de brasileiros sofrem com insônia. As causas podem ser desde distúrbios hormonais até o uso recorrente de aparelhos celulares, internet e redes sociais.

A insônia é um dos distúrbios do sono mais comuns, sendo dividida em dois tipos: aguda e crônica, nem sempre o tratamento é feito com medicação. Às vezes, apenas mudanças nos hábitos e estilo de vida já tratam a doença.

Tipos de insônia 

Há alguns tipos de insônia. A insônia aguda é caracterizada pela dificuldade em pegar no sono diante de uma situação de estresse. Já a insônia crônica, mais comum nas faixas etárias mais avançadas, atinge de 30% a 50% da população e constitui um problema de saúde pública

Há a insônia inicial, isto é, quando a pessoa demora a pegar no sono ao se deitar, e está mais relacionada ao estresse e à ansiedade. Acomete as pessoas que não conseguem se desvencilhar dos problemas na hora de dormir, ficam pensando neles e, com isso, estragam o início do sono.

Existem, também, quadros mistos, em que a pessoa demora para pegar no sono e acorda várias vezes à noite. Essa é conhecida como insônia transitória. Esse tipo possui curta duração e não costuma exceder mais de um mês de episódios insones. Geralmente ocorre por causa do estresse, preocupação e ansiedade decorrentes de fatos isolados, como provas, viagens e eventos importantes.

A insônia inicial e a que acontece no meio da noite podem ocorrer tanto na insônia aguda quanto na crônica.

Causas

As causas da insônia são variadas. Usualmente, elas são relacionadas a situações constantes de estresse, que levam o corpo a momentos de pressão e exaustão físico e mental, dificultando o sono ou a capacidade de permanecer dormindo por um período adequado de tempo.

É comum que as pessoas associem as causas apenas à insônia curta, que se manifesta momentaneamente. Geralmente, essa insônia surge a partir de problemas que causem incômodos ao indivíduo, além do fator estresse.

Mudanças no ambiente em que se está acostumado a dormir pode causar a insônia, por exemplo, a claridade, a temperatura ou barulhos em geral. Problemas ocasionais também podem contribuir para essa doença – como um trabalho estressante ou cansativo, discussões, adversidades no casamento, contratempos financeiros. Ou até mesmo doenças temporárias – gripes, resfriados – e o uso de remédios que apresentem a insônia como possível efeito colateral.

No caso da insônia crônica, as causas são relacionadas a distúrbios mais profundos e complexos. Transtornos mentais ou psicológicos, como depressão e ansiedade, são causas bastante relacionadas à insônia. Doenças graves que causem dor ou dificuldade para respirar também podem ocasionar a insônia, além da ingestão de remédios controlados, álcool ou drogas ilícitas.

Maus hábitos de sono a longo prazo também podem acarretar na insônia crônica.

Diagnóstico de insônia

A melhor maneira de fazer o diagnóstico é por meio da história clínica do paciente. O médico em geral investiga os aspectos emocionais da pessoa (se há sinais de depressão ou ansiedade, por exemplo) e os hábitos que podem influenciar no sono (abuso de café, prática de exercícios físicos perto da hora de dormir etc.).

Tratamento da insônia

Alguns sintomas indicam que o problema está se tornando sério. Quando a pessoa percebe que seu rendimento caiu, ela está mais distraída que de costume, com problemas de memória, cansaço durante o dia, irritabilidade, mau humor e dificuldade crônica de dormir, esse é o sinal de alerta para buscar ajuda.

O principal tratamento não farmacológico é a terapia cognitivo-comportamental, que envolve: higiene do sono, técnicas de relaxamento e controle dos estímulos que mantêm a vigília.

Nos casos mais graves relacionados à ansiedade e depressão, pode estar indicado o uso de medicamentos que diminuam a ansiedade e antidepressivos.

Hábitos do bom sono 

É muito importante ficar atento aos hábitos antes de dormir, pois estabelecer uma rotina e uma boa higiene do sono podem ajudar a combater a insônia. Veja 20 dicas que você deve adotar para dormir melhor:

Dormir, no máximo, 7 horas por noite;

Deitar apenas quando estiver com sono;

Evitar café, chá, colas, guaraná ou medicamentos que contenham cafeína pelo menos 4 horas antes de se deitar;

Não consumir bebidas alcoólicas no mínimo 6 horas antes de dormir;

Não fumar pelo menos nas 6 horas que antecedem o horário de dormir;

Não comer, fumar ou ingerir bebida álcool no meio da noite;

Evitar refeições pesadas antes de dormir;

Evitar sonecas durante o dia;

Fazer exercícios físicos no máximo de 4 a 6 horas antes de dormir e de preferência ao ar livre;

Procure expor-se à luz solar logo pela manhã e no final da tarde;

Reservar o quarto somente para dormir;

Limitar o uso de telas, redes sociais e internet;

Manter horários constantes mesmo aos finais de semana.

Como e onde procurar ajuda

Se mesmo com essas dicas ainda demore mais de 30 minutos para pegar no sono, acordar durante a noite, tem dificuldade para voltar a dormir, acorda mais cedo do que gostaria, você pode ter insônia. E existe tratamento para o distúrbio. Por isso, procure ajuda.

A insônia não tem cura, mas pode entrar em remissão por meio de tratamento que pode ser feito ou não de medicação. Mudanças de hábitos podem ajudar no tratamento da insônia e o tratamento é individualizado e depende do profissional que faz o acompanhamento.

O primeiro atendimento pode ser feito com um clínico geral, que fará o encaminhamento de acordo com o quadro do paciente. Muitos profissionais que atuam no tratamento de distúrbios como a insônia são especialistas em medicina do sono. A automedicação posterga o tratamento e deve ser combatida.

*Com informações do G1, Associação Brasileira do Sono (ABS) e Drauzio

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