O professor Ézio Christian Déda de Araújo, do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Tiradentes (Unit), é o mais novo imortal da Academia Sergipana de Letras (ASL). Ele foi eleito em uma sessão da entidade, realizada na última segunda-feira, 29, e recebeu 27 votos. Ézio, que também é arquiteto, escritor e superintendente do Instituto Banese, vai ocupar a cadeira 19 e será o sucessor do escritor, palestrante e radialista Jácome Góes (1936-2022). Ela tem como patrono o poeta e jornalista João Antônio Pereira Barreto (1876-1926).
Ao falar sobre a nova trajetória, o professor destacou que a entrada para a ASL é um reconhecimento ao seu trabalho como professor e arquiteto dedicado a projetos culturais integrados, como retrofit, restaurações, exposições e instalações interativas. Entre os principais, está o Largo da Gente Sergipana e o Museu da Gente Sergipana, onde coordenou as ações para sua construção e do qual também é diretor. “A Academia pode contar com a minha contribuição para elaborar projetos que a aproximem mais da sociedade, para abrir mais as suas portas ao público. Pretendemos uma maior integração com as escolas, com outras iniciativas culturais, e sei que terei o total apoio dos meus confrades e confreiras”, disse Ézio.
O arquiteto também destaca o papel da ASL na preservação e na valorização da literatura produzida em nosso estado. “A casa faz um grande trabalho, sob a liderança do seu presidente, José Anderson do Nascimento. Ela recebe e participa de todas as principais discussões que envolvem a cultura sergipana, e exerce um papel fundamental nesse sentido, tanto ao preservar a memória e as obras dos nossos maiores nomes, como também no incentivo que dá para o surgimento de novos escritores”, destacou ele. A ASL foi criada em 1929.
Nascido em Simão Dias (centro-sul de Sergipe), Ézio Déda tem uma ligação muito próxima com a Unit, onde se formou na primeira turma de Arquitetura e Urbanismo, em 1999, e exerceu, entre 2004 e 2009, a coordenação dos cursos de Arquitetura e Urbanismo e de Design de Interiores. Desde 2003, ele é professor do próprio curso, ocupando a cátedra de Projeto de Arquitetura. Ele também é pós-graduado em Desenho, Registro e Memória Visual pela Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs).
O professor também escreveu dois livros de poesias. Em 2001, lançou “Árvore de folhas caducas”, que teve uma apresentação escrita pela cantora e compositora Maria Bethânia. Já em 2010, veio “A casa das ausências”, que teve o apoio da Unit e no qual desenvolveu um projeto integrado, que reuniu literatura, design, dramaturgia e música. Além do livro em si, ele veio com um DVD, no qual os poemas de Ézio são declamados por artistas como as atrizes Tereza Rachel e Maitê Proença, o diretor teatral Antônio Abujamra, os cantores Jorge Vercillo e Jorge Mautner, e a cantora Zélia Duncan. E também por personalidades como Dona Canô (mãe de Maria Bethânia e Caetano Veloso) e Marcelo Déda (ex-governador de Sergipe). “Realizei um sonho: ver os meus ídolos declamando as minhas poesias”, relembrou o autor.
Ézio fez um agradecimento muito especial a todos os que participaram da sua trajetória, especialmente à Universidade Tiradentes. “Eu tenho um carinho e uma gratidão enorme à Unit, ao professor [Jouberto] Uchôa, à dona Amélia [Maria Uchôa] e a todos que fazem a Unit, pelo apoio que eles sempre me deram e por tudo o que elas representaram na minha história e na minha carreira. E tenho muito o que agradecer e celebrar”, concluiu.
A data da posse do professor Ézio Déda na Academia Sergipana de Letras ainda será marcada, dentro do prazo de 120 dias.
Asscom | Grupo Tiradentes
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