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Impactos do novo salário mínimo: desafios para empresas e consumidores

Coordenadora do NAF-Unit analisa se há consequências do aumento para o orçamento

às 19h46
Flávia Karla Gonçalves- coordenadora do Naf-Unit
Flávia Karla Gonçalves- coordenadora do Naf-Unit
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O recente anúncio do aumento do salário mínimo para R$ 1.320 trouxe consigo uma série de reflexões sobre seu impacto na economia do país. Esse reajuste, que busca adequar os rendimentos dos trabalhadores às condições econômicas atuais, não deixa de levantar questionamentos sobre como ele reverbera nos diversos setores da sociedade. Junto com a expectativa de melhores condições de vida para os trabalhadores, surgem desafios para empresas e gestores.

Para a coordenadora do Núcleo de Apoio Contábil e Fiscal da Universidade Tiradentes (Naf-Unit), Flávia Karla Gonçalves, o aumento do salário mínimo acarreta algumas implicações tanto para os trabalhadores quanto para as empresas. 

“Com o aumento do salário mínimo, é natural que as obrigações trabalhistas e previdenciárias também acompanhem esse ajuste, já que a alíquota incide sobre o novo salário mínimo. Isso afeta não só os empregados, mas também aqueles que já recebem benefícios, os quais serão recalculados com base no novo valor”, explica Flávia.

Essa alteração nos custos é um fator relevante para as empresas, que precisam avaliar e adaptar suas estratégias financeiras. “Anualmente, este aumento no salário mínimo implica em uma folha de pagamento mais elevada e contribuições, a cargo do empregador, também mais altas, incluindo FGTS e INSS. Portanto, os custos para as empresas aumentam”, elenca.

Benefícios previdenciários

O reajuste do salário mínimo também repercute nos benefícios previdenciários, como aposentadorias e pensões. Isso acontece porque o salário mínimo estabelece um valor mínimo para esses benefícios, garantindo um patamar digno de renda para os beneficiários. “Nenhum benefício que substitua o salário de contribuição ou o rendimento do trabalho do segurado pode ter um valor mensal inferior ao salário mínimo”, ressalta Flávia.

Contudo, o aumento do salário mínimo pode influenciar nos preços de produtos e serviços para o consumidor. “Empresas que estão bem organizadas analisam seus custos e calculam os preços de venda, repassando esse aumento para o consumidor. Esse repasse pode incluir a porcentagem maior ou a diferença que ocorreu no produto ou serviço”, reforça.

Para Flávia, é essencial que as empresas mantenham um olhar crítico sobre seus custos e realizem uma gestão eficaz para garantir a sustentabilidade financeira. “Muitas empresas operam sem a utilização de demonstrativos contábeis, por isso é importante começar a reconhecer a relevância desses documentos, bem como a importância de analisar os custos e realizar uma gestão eficaz para determinar quanto precisa ser vendido para cobrir os gastos e ainda obter lucro para os sócios”, destaca.

Em meio a esse cenário, a análise dos preços de venda torna-se crucial. “É essencial ter em mente a necessidade de calcular o preço de venda: o produto está gerando uma margem de lucro satisfatória? Esse produto consegue cobrir os custos variáveis e ainda proporcionar um valor adicional para lidar com os custos fixos e gerar lucro”, conclui Flávia.

O aumento do salário mínimo, portanto, requer uma avaliação atenta das implicações para todos os envolvidos, visando equilibrar os interesses de trabalhadores e empregadores no contexto econômico atual.

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