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Vírus HMPV e H5N1 se alastram em países, mas não causam novas pandemias

Metapneumovírus registrou aumento de casos na china e no Brasil, enquanto a gripe aviária provocou sua primeira morte em humanos; para professor da Unit, elas têm poucas chances de evoluir para uma pandemia global

às 17h52
Partículas do metapneumovírus humano (HMPV), que provoca síndromes respiratórias e já é monitorado há mais de 20 anos (Ilustração/Agência Fiocruz)
Partículas do metapneumovírus humano (HMPV), que provoca síndromes respiratórias e já é monitorado há mais de 20 anos (Ilustração/Agência Fiocruz)
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O trauma global gerado pela pandemia da Covid-19 gerou em muitas pessoas o medo do aparecimento de outra doença ou agente infeccioso com capacidade igual ou superior de mortalidade ou de alastramento. Isso explica a preocupação causada há algumas semanas por duas notícias na área da saúde. A primeira foi a confirmação de três casos, no Paraná e em Pernambuco, de contaminação pelo metapneumovírus humano (HMPV), vírus que pode provocar a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e vem registrando um forte aumento de casos na China. A outra foi a morte, nos Estados Unidos, de um homem de 65 anos contaminado com o vírus influenza A H5N1, causador da gripe aviária – o primeiro caso fatal do tipo a ser confirmado em humanos no mundo. 

Esses dois agentes causadores, no entanto, já são velhos conhecidos dos cientistas e médicos, que já os monitoram desde o surgimento, há mais de 20 anos. O infectologista Matheus Todt, professor do curso de Medicina da Universidade Tiradentes (Unit), explica que o HPMV é um vírus da mesma família do Vírus Sincicial Respiratório, descoberto nos Países Baixos em 2001 e detectado pela primeira vez no Brasil em 2004. E que o H5N1 é uma variante do vírus da gripe que originalmente só acometia aves, mas passou a infectar seres humanos. 

“Apesar de serem vírus de famílias diferentes e apresentarem comportamentos diferentes, ambos acometem vias respiratórias causando quadros semelhantes à gripe. Enquanto o metapneumovirus trata-se de um vírus relativamente comum, relacionado a quadros gripais de pouca gravidade, o da influenza aviária tem um comportamento semelhante ao vírus tradicional da gripe, embora seja mais grave e normalmente transmitido a partir de aves infectadas”, explica Todt, acrescentando que tanto o H5N1 quanto o HMPV não tem nenhum tipo de “parentesco” com o Sars-Cov-2, vírus causador da Covid-19. 

O infectologista aponta que esses e outros vírus podem se alastrar de um país para outro, sobretudo através do trânsito de pessoas ou animais infectados. No entanto, ele acredita que as duas doenças têm poucas chances de evoluir para uma pandemia global semelhante à do coronavírus. “Ambos os vírus já são conhecidos e monitorados. O HMPV é um vírus estável, que não muda muito e causa quadros leves. Já o H5N1, embora cause quadros graves em mais de 50% dos casos, normalmente não é transmitido de pessoa a pessoa, dependendo do contato com aves infectadas. Portanto, apesar do potencial de causar pandemias, a probabilidade é bem remota”, tranquiliza.

No Brasil, este monitoramento é realizado através das Vigilâncias Epidemiológicas locais, que identificam os casos e focos de transmissão das doenças, além de promover campanhas de vacinação e, principalmente, de prevenção, colocada como prioridade em razão de ainda não não existir um tratamento específico eficaz contra as doenças causadas pelos dois vírus. “Como não há tratamento específico para esses vírus, a principal forma de combatê-los é se previnindo. Deve-se evitar o contato com pessoas doentes e com aglomerações, evitar sair de casa se apresentar sintomas gripais, higienizar bem as mãos e manter o calendário vacinal em dia”, orienta Todt.

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