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Sustentabilidade e inovação unem Unit e UFC em rede nacional de pesquisa

Pesquisadoras do INCT-CAPICUA realizam imersão técnica na Unit e destacam excelência em materiais e equipamentos aplicados à captura de carbono

às 20h53
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A necessidade de desenvolver tecnologias limpas e sustentáveis nunca foi tão urgente. Com metas ambientais ambiciosas e compromissos internacionais assumidos, o Brasil investe cada vez mais em soluções inovadoras para reduzir as emissões de gases do efeito estufa. Nesse cenário, o dióxido de carbono (CO₂) desponta como um dos principais vilões, e também como ponto de partida para transformar ciência em impacto real. Entre as frentes de estudo mais promissoras está a captura e conversão do CO₂, tarefa que exige sinergia entre universidades, pesquisadores e laboratórios especializados.

Foi justamente essa busca por soluções sustentáveis e troca de expertises que trouxe à Universidade Tiradentes (Unit), duas pesquisadoras do Grupo de Pesquisa e Desenvolvimento de Processos Biotecnológicos (GPBio), vinculado à Universidade Federal do Ceará (UFC). Ravena Casemiro e Paula Lima integram o INCT-CAPICUA, um dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs), e vieram ao Instituto de Tecnologia e Pesquisa (ITP) para aprender técnicas avançadas de confirmação de materiais que são referência nacional.

A transição energética e o combate às mudanças climáticas são pautas prioritárias no Brasil e no mundo. Dentro do INCT-CAPICUA, o GPBio tem se dedicado ao desenvolvimento de processos biotecnológicos para a captura de carbono, utilizando enzimas, uma rota mais limpa e sustentável em comparação aos métodos químicos tradicionais. 

“Essa é uma demanda intensa, visto que o Brasil  assumiu metas para redução de emissões de gases do efeito estufa entre 59% e 67% até 2035. Nesse cenário, o desenvolvimento de processos de captura de carbono se tornam essenciais para alcançar essas metas, criando tecnológicas mais sustentáveis”, explica a engenheira química e pesquisadora Ravena Casemiro.

Porque a Unit?

A escolha pela Universidade Tiradentes como destino para a capacitação técnica não foi aleatória. Reconhecida por sua infraestrutura moderna, equipes qualificadas e pelo sólido desempenho do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Processos (PEP), a instituição sergipana tem se consolidado como parceira estratégica em projetos de pesquisa colaborativa.

“A vinda à Unit foi motivada pelo reconhecimento da excelência do Núcleo de Estudo em Sistemas Coloidais (Nuesc) e, em especial, pela expertise do Laboratório de Síntese de Materiais e Cromatografia (LSincrom), coordenado pelas professoras doutoras Silvia Egues e Juliana Borges. Encontramos aqui um ambiente com estrutura de ponta e profissionais preparados para nos orientar em cada etapa”, ressalta Ravena.

A parceria entre a UFC e a Unit surgiu durante encontros promovidos pelo INCT, nos quais as afinidades científicas e metodológicas foram ficando evidentes. Segundo as pesquisadoras, esse intercâmbio tem potencial para acelerar avanços em áreas que antes demandariam meses de tentativas.  “O INCT/CAPICUA tem como objetivo central promover a articulação sinérgica entre grupos de pesquisa brasileiros que atuam em diferentes etapas da cadeia de captura e conversão do CO₂. Ao longo desses encontros identificamos oportunidades para fortalecer e ampliar essa colaboração para o nosso grupo de pesquisa”, complementa.

Técnica e estrutura de alto nível

Durante a visita à Unit, Ravena e Paula estão aprendendo técnicas específicas para a criação e análise de materiais à base de sílica, que servirão como suporte para a imobilização de enzimas no processo de captura de CO₂. O uso de monolitos de sílica, por exemplo, exige domínio em métodos como difração de raios X (DRX), espectroscopia no infravermelho com transformada de Fourier (FTIR), análise termogravimétrica (TGA) e microscopia eletrônica de varredura (MEV).

“A Unit oferece acesso a técnicas que são fundamentais para a nossa pesquisa, além de uma estrutura que garante confiabilidade e precisão nos resultados. Aqui, o conhecimento já está consolidado, os equipamentos estão calibrados e funcionando, e os profissionais dominam os procedimentos. Isso reduz o tempo de aprendizagem e aumenta nossa produtividade”, explica Paula Lima, doutora em Engenharia Química e pesquisadora de pós-doutorado da UFC.

A visita das pesquisadoras não se limita a um intercâmbio técnico. Ela faz parte de uma lógica mais ampla de fortalecimento da ciência brasileira: o trabalho em rede entre instituições de diferentes estados. O INCT-CAPICUA já envolve seis universidades, e a expectativa é que mais instituições se unam à iniciativa. “Essa colaboração amplia o acesso a recursos, equipamentos e conhecimento especializado. Também promove uma formação mais completa para os alunos, que passam a ter contato com diferentes abordagens e realidades de pesquisa”, destaca Paula.

Além do impacto direto sobre os experimentos em andamento, a troca também tem um valor estratégico: evita retrabalho, acelera a validação de resultados e amplia as possibilidades de aplicação prática dos estudos, especialmente em temas como bioeconomia, economia circular e inovação em sustentabilidade.

O futuro da parceria

As perspectivas são otimistas. Ravena e Paula apontam que há planos concretos de continuidade e expansão da colaboração entre a UFC e a Unit. “Estamos inseridas em uma estrutura de rede colaborativa, onde a troca entre instituições é um princípio. E quanto mais universidades participarem dos INCTs, mais robusta será a ciência brasileira”, afirma Ravena. “Além da parceria com a Unit, também é interessante expandir essa colaboração envolvendo outras instituições, com o objetivo de fortalecer ainda mais a rede de pesquisa e ampliar os impactos científicos”, complementa Paula.

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