Foi aberto nesta quarta-feira, 11, o quinto e último módulo da Trilha de Formação em Petróleo e Gás Natural, uma jornada de cursos de extensão voltada para servidores públicos estaduais e federais. A capacitação, que soma um total de 120 horas de aula, foi elaborada pela parceria firmada entre a Universidade Tiradentes (Unit), o Instituto de Tecnologia e Pesquisa (ITP), a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia (Sedetec) e a Escola de Governo de Sergipe (Esapgese).
Esta etapa da jornada terá 20 horas e irá até sexta-feira, 13, no Anfiteatro do Bloco F do Campus Farolândia. Ela aborda o cenário atual do mercado de petróleo, gás e energia em Sergipe, no Brasil e no mundo, abordando as situações de momento, as oportunidades de crescimento, os principais atores (empresas e países) e as tendências para o futuro. “A ideia é que os professores consigam demonstrar para os nossos alunos o panorama e o impacto que mercado de petróleo e gás trazem de benefícios econômicos, e qual é o impacto desse setor na sociedade. Esse impacto é grande e os números são realmente bastante expressivos”, resume Gustavo Rodrigues Borges, professor do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Processos (PEP/Unit) e pesquisador do ITP.
As aulas foram ministradas pelos consultores Eduardo Aragón, da BrainMarketing Inteligência de Mercado, e Marcos Meirelles, da MDT Energia. Eles têm mais de 40 anos de experiência em empresas da área de petróleo e gás, atuando hoje como parceiros em ações e iniciativas voltadas para o setor em Sergipe, incluindo o evento Sergipe Oil & Gas e a capacitação conjunta da Unit e da Sedetec. No início, eles abordaram um panorama geral sobre o contexto atual e o mercado do setor como um todo, no Brasil e no mundo, mas com foco em gás natural. Em seguida, eles trataram dos números e das oportunidades, tanto atuais quanto futuras, nas etapas de exploração, processamento, distribuição e consumo de gás natural em Sergipe, estado que desponta entre os principais produtores e exportadores do insumo no país.
“A universidade é onde as novas tecnologias e ideias são testadas. Então, você tem um ganha-ganha nessa relação entre a universidade e a indústria, resolvendo os problemas que vão se apresentando na indústria e surgindo ao longo do tempo. A gente tenta procurar fazer as coisas de maneira mais eficiente e você precisa de tecnologia para isso. No primeiro momento, é a tecnologia criada dentro das universidades”, diz Meirelles, sobre a importância da parceria com a Unit e o ITP na realização da trilha de capacitação. “Para a gente é uma honra muito grande, e para quem ainda não conhece a Unit, ou é de outro Estado, quando entra aqui fica assim impressionado com o tamanho, com a estrutura deste campus maravilhoso. O que Sergipe pode oferecer para o Brasil está aqui também”, completa Aragón.
Novo entendimento
Antes do tópico sobre o mercado de óleo e gás, a trilha de capacitação teve outros quatro módulos de aulas teóricas e práticas, que foram iniciados em novembro de 2024. Eles passaram por um detalhamento sobre as etapas e setores de operacionalização, produção e segurança dos setores de petróleo e gás, passando em seguida por questões de legislação e tributação aplicada. Além de aulas teóricas, os servidores tiveram aulas práticas em laboratórios da Unit, do ITP e do Tiradentes Innovation Center, além de visitas técnicas a empresas como Eneva, Carmo Energy e Petrobras, em seus locais de produção.
“Todos esses atores fazem parte desse setor de petróleo e gás aqui no estado e são os principais. Com essa visão, tanto teórica quanto prática, certamente os servidores vão ter uma visão muito mais precisa, muito mais aprimorada de como funciona esse setor de petróleo e gás no estado. E a gente conseguiu demonstrar toda a infraestrutura, toda a capacidade do Grupo Tiradentes nesse setor que é tão importante pro Estado”, destaca o professor Gustavo, ao falar que o desenvolvimento do curso foi muito proveitoso também para o Ecossistema Tiradentes.
Um dos servidores públicos que participaram de parte dos módulos de capacitação foi Guilherme Bratz Uberti, especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental na Secretaria Estadual de Planejamento (Seplan). Ele explica que a área de sua repartição atua principalmente com o planejamento do futuro do estado, em todos os seus setores. E que, para isso, se faz necessário conhecer os conceitos e aspectos relacionados ao futuro ao setor de petróleo e gás, bem como os agentes que atuam e estão buscando crescer no mercado local e mundial.
“A gente trabalha na iniciativa Sergipe 2050, que pensa em planejamento a longo prazo. É essencial ter conhecimentos mínimos sobre a questão do petróleo e gás para conseguir dialogar sobre esses sistemas tão centrais para o futuro de Sergipe. Quando a gente pensar em Sergipe, a gente tem que pensar nos atores que estão de fato pensando a ciência e tecnologia no Estado. Então, essa articulação é essencial para maturar esse conhecimento dentro da universidade, que já está trabalhando com isso”, observa Bratz.
O auditor Gustavo Muniz, da Receita Federal do Brasil (RFB), que chefia a Seção de Administração Aduaneira da delegacia regional do órgão em Aracaju, participou dos cinco módulos da trilha de capacitação. “Foi uma oportunidade ímpar para a capacitação de todos os servidores públicos que têm um contato próximo ou imediato com o setor de petróleo e gás, porque ele envolve uma especialização e uma miríade de matérias, de graduações, de conhecimentos muito distribuídos e profundos, de maneira que conhecer o setor de petróleo é um desafio para muitos”, diz ele, destacando ainda que o curso proporcionou muito mais do que conhecimentos aprofundados sobre o funcionamento do setor.
“Esse curso proporcionou a oportunidade de criação de uma rede de contatos, permitindo que, quando a gente não tem aquele conhecimento específico, a gente sabe em quem buscar. A Universidade Tiradentes ofereceu, além do conhecimento, a oportunidade de estender o relacionamento institucional com outros órgãos especialistas. Ainda que tangencialmente a demanda possa ser vinculada a determinado órgão, o conhecimento de outro pode ser muito bem aproveitado com essa rede de contatos”, ressaltou o auditor.
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