MOOCs e aprendizado centrado no aluno. Essas são as duas principais temáticas discutidas na manhã desta sexta-feira, 21, na VIII International Guide Conference, evento que reúne mais de 100 universidades de países como Brasil, Itália, Inglaterra, Índia e Estados Unidos e que este ano é sediado pela Universidade Tiradentes – Unit.
Proferida por Howard Bell, fundador da empresa de ensino online Future Learn, a palestra inicial teve como tema uma nova modalidade de ensino que tem sido difundida pelo mundo, o MOOC (em português Curso On-line Aberto e Massivo). Esses cursos são disponibilizados via internet e têm curta duração, de em média seis semanas. “Esse modelo tem crescido em diferentes países, eu mesmo tenho alunos na Índia, na Espanha, na China e em outras 170 localidades. Geralmente são pessoas que tiveram dificuldades para inserção nos ambientes educacionais e hoje querem um emprego, querem melhorar de vida. Para mim e para todas essas pessoas, essa possibilidade de estudar pela internet é uma grande facilidade”, considera.
Quem também participou dos trabalhos foi Carlos Souza, fundador da Veduca, empresa brasileira que também oferta cursos on-line. “Esse modelo promove uma revolução, já que é um aprendizado centrado no aluno. É ele quem estuda, pesquisa produz e ainda orienta outros colegas. Essa inovação tem forçado grandes centros universitários, como o MIT, a modificarem até mesmo a estrutura física das salas, que hoje não valorizam mais a figura do professor”, considera o pesquisador, que acredita numa mudança do perfil profissional do educador.
Para Souza, em algumas décadas o professor deixará de ser um instrutor e vai desempenhar a função de orientador. “As pessoas estão mais autônomas e é natural que essa característica seja refletida na educação. Essa é a razão dos MOOCs estarem crescendo tanto, a ponto de instituições tradicionais já começarem a discutir a implantação dessas plataformas”, prossegue.
Destaque para o Brasil
Entre os pesquisadores que estão em Aracaju, a VIII International Guide Conference tem sido uma experiência para que se conheça mais o que é produzido no Brasil no campo de pesquisa da Educação a Distância. “Participo de muitas conferências em todo o mundo e nunca vejo pesquisadores daqui, nem mesmo em meu trabalho lá em Nova Iorque. Tem sido bom conhecer o que é pesquisado no Brasil, o nível dos trabalhos e discussões desse evento tem me surpreendido com uma qualidade excelente”, avalia David Guralnick, professor da Universidade de Columbia.
Fotos – Marcelo Freitas