A campanha Novembro Azul tem como objetivo divulgar informações sobre a saúde do homem e fortalecer as recomendações do Ministério da Saúde para prevenção, diagnóstico precoce e rastreamento do câncer de próstata. Um tema que mesmo nos dias atuais ainda é tabu entre os homens.
De acordo com a psicóloga e professora do curso de Pedagogia EAD da Universidade Tiradentes (Unit), Keziah da Costa Silva Rezende, discutir esse assunto é de extrema relevância, pois, de fato, ainda há um estigma referente à figura masculina com relação ao cuidado com a própria saúde. “O homem foi e ainda é visto pela sociedade como um ser forte que não pode expressar suas emoções ou sentimentos. Estamos falando de um (pré) conceito histórico diante da masculinidade que acaba repercutindo no cuidado à saúde, evitando atitudes preventivas”, destacou.
Keziah também ressalta que ter um mês destinado a conscientização sobre o câncer de próstata é muito importante para alertar a população masculina sobre a importância da prevenção e tratamento com relação a esse tipo de doença. “Obviamente que não devemos falar sobre isso apenas este mês, no entanto, ter um mês específico para o tema é uma forma de quebrar o tabu. Quantos mais falamos sobre o assunto, mais conseguimos romper com certos padrões que foram edificados ao longo da história. A campanha deste ano está muito bacana, colocaram um ator famoso que foi símbolo de masculinidade década atrás para incentivar que os homens façam exame preventivo. Em resumo, campanhas, entrevistas, espaços de fala e principalmente informação de qualidade são um caminho para romper com o tabu”, observou.
A psicóloga ressalta que estudos comprovam que no Brasil os homens procuraram principalmente por serviços de saúde a nível secundário e terciário, ou seja, quando a situação já se agravou. “Nesse caso, percebemos que os homens são mais vulneráveis ao aparecimento de doenças graves e crônicas. Segundo o Ministério da saúde entre 2009 e 2014 as taxas de mortalidade de pessoas do sexo masculino foi maior do que o sexo feminino, na faixa etária entre 20 e 59. Presumo que tais dados demonstram que existe ainda um tabu quando falamos da promoção e prevenção à saúde masculina”, afirmou.
A desinformação contribui com a manutenção de estigmas, por isso, a informação acessível, direta, é o melhor caminho para a mudança gradativa da postura da sociedade diante da prevenção ao câncer de proposta.
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